Nas últimas horas, a imprensa divulgou que o atual
ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi denunciado a uma organização
por supostos episódios de assédio contra mulheres, e que teria vitimado até
mesmo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Claro que um caso grave
como este merece a devida investigação, porém, mais uma vez, ficou claro que
para a esquerda vale defender tudo, desde que o autor seja um dos seus.
Seguindo a lógica do plano de governo mais preocupado
em não dar munição para a ‘’extrema direita’’ trabalhar pela melhoria do
Brasil, parece que até em casos de assédio, a gestão petista coloca sua imagem
à frente de fazer o correto, independente do que possa causar.
Se acham que uma acusação dessa, contra um ministro de
Lula, pode repercutir mal, imagina a tentativa de abafar o que aconteceu?
Entre os relatos divulgados pela mídia, está uma
informação de que várias pessoas, entre ministros, assessores do governo e
amigos de Anielle, descreveram que os supostos episódios de assédio contra a
ministra incluiriam toque nas pernas, beijos inapropriados ao cumprimentá-la,
além de o próprio Silvio Almeida, supostamente, ter dito a Anielle expressões
chulas, com conteúdo sexual. Tudo isso teria acontecido no ano passado.
Porém o mais revoltante é que também foi divulgado que
antes de tudo ser exposto nos principais jornais, as denúncias contra Silvio
Almeida já eram de conhecimento do Palácio do Planalto e que a própria Anielle
teria conversado sobre o assunto com integrantes do governo, como Janja da
Silva, Alexandre Padilha, Vinícius Carvalho, Ricardo Lewandowski, e Marcelo
Freixo. Por que nenhuma providência havia sido tomada?
Como se não bastasse, é triste saber que veicularam
que a ministra da Igualdade Racial preferiu guardar silêncio para não
transformar a situação em um escândalo público que prejudicasse o governo Lula.
Bom, isso em específico acabou não adiantando, e de fato não deveria. Não deve
haver lealdade a causas erradas, principalmente se atingem a honra e a
integridade física.
Para piorar a situação de Sílvio, veio a público
também a notícia de que estudantes de direito da Universidade São Judas Tadeu
ouviram relatos de colegas assediadas sexualmente por ele ao menos entre os
anos de 2007 a 2012, e que o hoje ministro de Lula oferecia notas melhores se
as estudantes tivessem encontros com ele. Ou seja, não se trata de um fato
isolado.
Há que se permitir o direito de defesa? Claro, mas
para a esquerda quando é algo relacionado a algum opositor, automaticamente
classificam como culpados sem hesitar. Já com os aliados, a missão é ‘’passar
pano’’. Ao defender Silvio Almeida, sua esposa Ednéia Carvalho repudiou os
ataques, chamando-os de ‘’mentiras, ressentimentos e racismo’’ contra Sílvio,
ao comentar sobre as denúncias também de assédio moral contra o ministro dos
Direitos Humanos, feitas por ex-funcionários do Ministério. Desde o início do
governo Lula, 52 pessoas saíram da pasta.
Ednéia não comentou sobre as denúncias relacionadas
sobre assédio sexual, mas o vice-presidente do PT, Washington Quaquá – o mesmo
que já usou o termo ‘’viadinho’’ para me xingar –, saiu em defesa de Silvio
citando a cor do ministro e sua origem, como se isso anulasse um suposto crime,
e ainda teve a audácia de falar que ‘’mesmo se ele tivesse errado, mereceria de
mim um perdão cristão’’. Simplesmente inacreditável, para não falar outra
coisa.
Entre tantos outros exemplos, este foi mais um que
exemplifica o duplo padrão da esquerda e dos militantes de alguns jornalistas.
O silêncio que ecoa desde a noite de ontem seria muito
diferente caso algo parecido tivesse acontecido com alguém de direita
Que nenhuma sujeira seja varrida para baixo dos
tapetes - que inclusive já custaram quase R$400 mil aos cofres públicos no
governo Lula - e que haja uma investigação séria e a proteção das possíveis
vítimas.
Falas aveludadas e discursos vitimistas não vão, e nem
podem, acobertar as acusações, extremamente graves, feitas contra Silvio
Almeida caso os fatos sejam verdadeiros. A indignação seletiva segue mais viva
do que nunca na bolha progressista, que permanece calada, pensando somente em
meios de evitar um certo desgaste.