Você, que me lê com frequência, já conhece minhas
andanças. Saio por aí com certa regularidade em longas caminhadas na cidade que
adotei, Brasília, pelas quadras e estradas, observando do mato à mente. É minha
forma de meditação e de mergulho no silêncio tão necessário nos dias de hoje. O
movimento do corpo ajuda o da alma. Já estive em caminhadas maiores, como
quando trilhei um dos Caminhos de Santiago. Também sou adepta das peregrinações
a lugares sagrados, onde reacendo minha fé e me reabasteço para mais um período
de trabalho.
Recebi novo convite da Comunidade Católica Obra de
Maria e da Canção Nova para visitar Lourdes, na França, e, depois, participar
do 2º Congresso Mariano Internacional, em Fátima, Portugal, passando por outros
lugares. Um roteiro que me lembra minha mãe e, assim, reconecta-me com o que há
de mais doce e importante na minha memória. Wanda Dubeux era encantada com a
história dos pastorinhos de Fátima — Lúcia, Jacinta e Francisco. Também por
recomendação dela, ainda adolescente, assisti ao filme A Canção de Bernadette,
de 1943, que venceu quatro Oscars. Também li o livro, um best-seller.
Lourdes é uma fonte milagrosa, o lugar da cura e da
libertação, tem um dos santuários mais visitados do mundo. Já Fátima tem o
santuário mais visitado do mundo. A busca da cura dos males do corpo e da alma
pela fé diferencia quem está nesses lugares. Há quem vá turistar, é claro. Mas
a energia do peregrino é de outra ordem. Ouvimos o Evangelho, as preleções, os
testemunhos de brasileiros que moram no Brasil e outros que vivem na Europa.
São como um colo quente, que nos dá o aconchego da fé.