E o pacote fiscal do ministro Fernando
Haddad? Coitado do pacote fiscal do ministro Haddad. Uma hora é o homem que
quer explodir o Supremo, mas é barrado na portaria e vai se suicidar na praça
em frente detonando em cima de si mesmo uma carga de fogos de São João. Outra
hora é Janja mandando Elon Musk “se f.”. Tem a entrevista mundial de Lula que
deveria ser a apoteose da conferência do G-20 no Rio de Janeiro, mas é
cancelada após três horas de espera. Agora aparece a “Operação Punhal
Verde-Amarelo”. Que arcabouço aguenta um tiroteio desses?
É onde estamos com o pacote fiscal.
Salvo a presidente do PT, a ala ginasiana do governo e os invasores de terra do
MST, todo mundo sabe que é indispensável cortar alguma coisa na despesa
desesperada do Tesouro Nacional – até Lula sabe, embora não queira cortar nada.
Mas todo mundo fala, fala, fala e o pacote de cortes não sai. O ministro faz
que vai, depois não vai, e acaba não fondo. No momento, parece esperar que
Alexandre de Moares e a Polícia Federal resolvam o último golpe de extrema
direita – se Lula seria envenenado, se iam matar o pobre do Geraldo Alckmin, se
Bolsonaro vai ser preso nas próximas horas.
O país está na Vara de Falências, mas
manda uma comitiva com mais de 1.900 pessoas para uma conferência sobre o “clima”
em Baku – a maior do mundo. Torra R$ 35 milhões, ou mais ainda, no janjapalooza
da primeira-dama
Tudo o que Haddad e seu intangível
pacote fiscal não precisam é deste tumulto permanente. Já não se sabe o que
seria cortado, ou sequer se haveria realmente algum corte que pudesse ser
levado a sério. Já se sabe que nenhum ministro está mexendo uma palha para
reduzir suas despesas – cortes, só no estabelecimento ao lado. Janja, se
resolver entrar no caso em nome das mulheres, vai dizer: “Fuck you, déficit público”.
Lula está fixado na Faixa de Gaza. Chega, não é? Mas o ministro Moraes e a PF
não dão sossego, e Haddad continua na sala de espera.
Está tudo errado. O Brasil de Lula não
pode mais aumentar as suas entradas, pois não consegue extorquir mais impostos,
mas também não admite segurar as suas saídas – tudo bem com os cortes, desde
que a gente possa continuar chutando o balde. Como fica então? Ninguém no
governo, no PT e nas gangues partidárias do Congresso tem qualquer ideia
coerente do que fazer, salvo partir para o bumba-meu-boi da inflação tipo
Sarney, e isso também ninguém tem coragem de dizer que quer.
Lula, a deputada Hoffmann e outros
estrategistas do mesmo porte insistem em dizer que é o “mercado” quem exige o
pacote fiscal, e que eles não vão “ceder” ao “mercado”. Mas o mercado não está
exigindo coisa nenhuma – quem exige é a aritmética elementar. Falam em “cortes
pontuais”, mas acham normal, ou indispensável, manter abertos os ministérios da
“Identidade Racial”, dos “Povos Originários” ou da “Gestão e Inovação de
Serviços Públicos”. O país está na Vara de Falências, mas manda uma comitiva
com mais de 1.900 pessoas para uma conferência sobre o “clima” em Baku – a
maior do mundo. Torra R$ 35 milhões, ou mais ainda, no janjapalooza da
primeira-dama.
O que o “mercado tem a ver com isso
tudo? Não tem pé nem cabeça, como nada teve desde o primeiro dia do governo
Lula-3. Aí vêm em cima a Polícia Federal, o ministro Moraes, o golpe do Punhal
Verde-Amarelo e sabe lá Deus o que mais. Não há o mais remoto risco de que
possa dar certo.