Após o ministro Fernando Haddad afirmar
que o governo federal pretende alterar a fórmula de cálculo do Fundo
Constitucional do Distrito Federal (FCDF), integrantes do Executivo local
reagiram de forma contrária à proposta. Entre os mais críticos está o governador Ibaneis
Rocha (MDB).
Ao Correio, Ibaneis classificou a iniciativa como
uma tentativa de prejudicar a população do Distrito Federal, relembrando o
desgaste enfrentado no ano passado durante debates sobre o fundo.
“Infelizmente, o governo federal insiste em tentar atingir a população do Distrito
Federal. Tentaram no ano passado e não conseguiram. Agora, reapresentam essa
medida absurda”, afirmou.
O governador ressaltou a necessidade de mobilização
para combater a proposta. “Vamos debater e reunir a sociedade do Distrito
Federal, juntamente com nossa classe política, para mostrar o quanto essa
iniciativa é inadequada. Contamos com o apoio das lideranças do Congresso
Nacional, com as quais manteremos um diálogo aberto”, destacou.
Por fim, Ibaneis citou motivações políticas na
intenção do governo federal para alterar a fórmula de cálculo do FCDF. “Como
não têm votos suficientes para ganhar as eleições em Brasília, querem nos
colocar de joelhos”, concluiu. Em um post nas redes sociais, o governador disse
que vai trabalhar para que isso seja somente "mais uma especulação".
“O que nós estamos prevendo é que o Fundo
Constitucional do Distrito Federal vai ter a mesma cláusula de reajuste do
fundo do desenvolvimento regional, qualquer que seja. Hoje é o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor)", completou o ministro.
Regra: De acordo com o ministro, a medida
ocorre para que a regra aplicada ao resto do país seja adotada também para os
repasses que são feitos ao DF. "Não pode ter um descasamento entre o fundo
de desenvolvimento regional de um ente federado e o fundo de um país inteiro
consagrado na reforma tributária. Então nós vamos compatibilizar pelo IPCA
neste momento aquilo que vai ser acrescido também no espírito de manter as
despesas obrigatórias também nos limites do arcabouço fiscal", destacou
ele.
Um projeto de lei deverá ser encaminhado ao
Congresso Nacional, e devem ser discutidas ao longo de 2025 pelos deputados e
senadores, para implementação em 2026.