O ministro da Educação, Camilo Santana,
é uma dessas pessoas que deveriam viver se escondendo pelos cantos. Não é que
ele seja realmente pior que os outros – é muito ruim, mas fica dentro da
nulidade-padrão do governo Lula. O seu problema é ser ministro da Educação no
Brasil, justamente da Educação. E em qualquer sociedade em que se exija um
mínimo de decência por parte do poder público, seria uma vergonha o sujeito
dizer que é ele o responsável por um monte de ruínas tão miserável como é o
ensino público brasileiro. Mas esse Santana faz o contrário do que deveria
fazer. Em vez de se esconder, se exibe.
O Ministério da Educação, que vai
gastar 200 bilhões de reais em 2025 para ensinar alguma coisa a alguém – isso
mesmo, 200 bilhões de reais – é possivelmente a maior fábrica de ignorância
líquida em operação hoje no mundo. Pegue um índice qualquer de avaliação
internacional de qualidade da educação. Não tem erro: o Brasil está sempre
entre os piores dos piores em aritmética elementar, entendimento de textos simples,
capacidade de raciocínio lógico, ciência, tecnologia básica. Não é bom em
absolutamente nada. A universidade é tão ruim quanto – ou talvez pior, porque
gasta mais que o ensino básico numa população em que a maioria são analfabetos
funcionais.
Mulher de autoridade que fiscaliza as
contas da autoridade é um despropósito que só existe no que há de mais atrasado
na elite brasileira da casa grande e senzala. Mas no Brasil do governo Lula é
artigo 100% 'progressista'
Obviamente, é impossível haver a mínima
esperança racional de crescimento econômico (crescimento de verdade, não essa
miséria de 3% que vem do Bolsa Família), melhores salários, criação e
distribuição de riqueza e de renda, desenvolvimento efetivo e progresso social
num país com o abismo educacional do Brasil. A esquerda detesta ouvir isso, mas
é a ignorância, e não a “injustiça social”, que faz um país ser miserável. A
educação fornecida pelo Estado brasileiro é hoje uma garantia de miséria
perpétua. Em vez de distribuir conhecimento, só distribui taras ideológicas,
sociologia marca barbante e ensinamentos inúteis.
O ministro da Educação, porém, faz
questão de forçar a sua entrada no noticiário político, mesmo estando no elenco
de coadjuvantes. Aí dá a lógica. Como ele não tem nada a mostrar de bom, porque
seu Ministério não faz nada de bom, só consegue mostrar o pior. Em sua última
obra, o ministro conseguiu emplacar a própria mulher no Tribunal de Contas do
Ceará, onde a população com certeza está nadando em dinheiro e entende mais de
tecnologia do que o Vale do Silício inteiro. Mulher de autoridade que fiscaliza
as contas da autoridade é um despropósito que só existe no que há de mais
atrasado na elite brasileira da casa grande e senzala. Mas no Brasil do governo
Lula é artigo 100% “progressista”.
Eles dizem, é claro, que a mulher do
ministro não vai fiscalizar as contas do marido, ou do chefe do marido no
Tribunal de Contas. Vai limitar suas capacidades às contas do Ceará. Que sorte
a nossa, não? Ainda bem que a administração Lula-3 e todos os gatos gordos
pendurados nela não admitem nenhum tipo de conflito de interesse. Tribunal de
Contas é uma coisa e Tribunal de Contas é outra coisa, certo? Brasil é Brasil.
Ceará é Ceará. Comum, mesmo, só o cofre público que você enche todos os dias
com o pagamento dos seus impostos. Só em 2024, e até o último dia 12 de
dezembro, já tinham arrancado quase 3,5 trilhões de reais do seu bolso.
No caso, parece que estamos diante da
última realização do governo Lula: o Bolsa Tribunal de Contas para as mulheres
de ministros. Só até agora (e ainda há dois anos pela frente), nada menos do
que cinco ministros já ganharam um emprego nos tribunais de contas para suas
mulheres – Santana é apenas o último premiado. Está virando presente básico
para as senhoras esposas de ministro, como uma bolsa Vuitton ou um tênis Gucci.
Pensando bem, pode vir a ser, se já não é, um problema a mais para a
ministrada. Estão sujeitos a ouvir em casa, a qualquer momento, a mulher dizer:
“Se ela, e mais ela, e mais ela tem, por que não eu?”. A vida é dura em
Brasília.