Há certas coisas no governo Lula, para
não dizer todas as coisas, que nunca dão certo – e, ao mesmo tempo, dão sempre
errado. Veja-se, isso para ficar só no último exemplo, no que deu a grande
ideia do Palácio do Planalto e do seu renovado serviço de propaganda de
transformar o “Dia 8 de Janeiro” numa nova data nacional, como uma comemoração
do dia do “Fico” ou da Batalha do Riachuelo.
Deu, em primeiro lugar, numa palhaçada.
Como um país minimamente sério faria uma comemoração do 8 de janeiro, colocando
entre os momentos heroicos de sua história o “triunfo da democracia” sobre o
Golpe dos Estilingues? Em segundo lugar, deu em mais um miserável fracasso de
público. Tinham de levar a massa para festejar a sua vitória. Levaram mil
pessoas, talvez.
Quando a esquerda nacional chega ao
ponto de ver em Alexandre de Moraes a sua figura-modelo, é sinal que a maionese
desandou geral. Saem Prestes, Julião, Marighella, a Guerrilha do Araguaia e o
próprio Lula na Vila Euclides. Entra o “Xandão”
Em sua última tentativa de fazer uma
grande manifestação de rua, com ele próprio no papel de figura maior, Lula
conseguiu juntar 1.600 pessoas no estacionamento do Corinthians, em São Paulo.
No primeiro grande evento dos seus novos mágicos (pagos com o dinheiro dos seus
impostos) em criação de popularidade e “imagem” esse fiasco infame ficou ainda
pior. Deveria estar mais do que claro, a essa altura, que ninguém está
interessado em ver Lula, em lugar nenhum; eles chamam, chamam, e o povo
simplesmente não vai. Mas ele insiste em fazer outra vez – e outra vez deu tudo
errado.
O fracasso terminal da comemoração do
“8 de janeiro” foi intensamente grotesco. Não apenas não havia presença de vida
humana no lugar da cerimônia. Havia a presença, como herói da solenidade, do
ministro Alexandre de Moraes – e aí dá para se ter uma ideia de onde foram
amarrar o burro deles. Quando a esquerda nacional chega ao ponto de ver em Alexandre
de Moraes a sua figura-modelo, é sinal que a maionese desandou geral. Saem
Prestes, Julião, Marighella, a Guerrilha do Araguaia e o próprio Lula na Vila
Euclides. Entra o “Xandão”, como se admirou o presidente em pessoa. Como é que
pode um pobre militante de esquerda acabar com um padroeiro desses?
Num momento de comédia em modo extremo,
jornalistas reportaram que “Xandão” foi “ovacionado”. Hein? Como assim –
“ovacionado”? Para haver uma ovação é indispensável haver público para
ovacionar, e não havia na frente do palácio plateia para um jogo da Portuguesa
Santista. O fato, nu e cru, é que o povo brasileiro não acredita, simplesmente
não acredita, que alguém tentou dar um golpe de Estado na arruaça do dia 8 de
janeiro de 2023 em Brasília.
É um fetiche sagrado de Lula, da
esquerda e da mídia em geral – na verdade, a única “causa” de um governo que
não foi capaz de entregar sequer um abrigo de ônibus em seus dois anos de
atuação. Para o povo brasileiro é apenas uma mentira a mais.