Eles não querem largar o osso, perder o
monopólio da verdade. Por conta disso, apelam para... mentiras! Quem está
nessa? Os de sempre: ministros do STF, o Brasil do PT e a imprensa bajuladora
dos poderosos. Claro que dá para desconfiar das reais motivações que levaram o
CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a mudar o sistema de controle do conteúdo das
suas plataformas digitais... Ele mesmo já foi ávido incentivador da censura,
para, por exemplo, beneficiar Joe Biden, então candidato democrata nas eleições
presidenciais americanas de 2020. No ano seguinte, Donald Trump foi banido do Facebook,
controlado pela Meta, que, no período da Covid, impediu o debate, a exposição
de teses e antíteses, base de qualquer ciência. Só que não importa se há razões
financeiras, mercadológicas para a mudança nas empresas de Zuckerberg. Se
houver, o que é provável, tomara que suas motivações não sejam
restritas a interesses desse tipo. Tomara que ele tenha entendido que o mundo
caminhava para um lugar aterrorizante, que ele era cúmplice disso e, ainda em
tempo, tenha se arrependido verdadeiramente e se endireitado. O que não dá para
tolerar é a quantidade de mentiras ditas pelos atuais detentores do poder no
Brasil a respeito de Zuckerberg e das redes sociais.
As reações ao vídeo do CEO da Meta
divulgado na semana passada deixam provas sobradas do óbvio: a mentira e o ódio
não foram inventados a partir do advento da internet. E aqueles que têm faltado
com a verdade, espancado os fatos, criado narrativas, historinhas tomaram
mesmo, com base nesse lixo que remexem sem parar, o controle do país. Primeiro,
os ministros do Supremo... Alexandre de Moraes teve a desfaçatez, na falta de
espelho, de dizer que “as big techs estão a serviço do ódio”. Ele
afirmou que as empresas só continuarão a atuar no Brasil se seguirem as
leis do país, o que ele próprio não faz há muito tempo. Gilmar Mendes nunca
mais discordou do colega e disse que “as redes sociais não são terra sem lei”.
E não são mesmo; há leis de sobra para controlá-las: previsão de crimes de
injúria, calúnia e difamação, crimes cibernéticos, Marco Civil da Internet, Lei
Geral de Proteção de Dados... E o que os poderosos de ocasião do Judiciário
defendem, mais uma vez, “para salvar a democracia”? Censura, o que a
Constituição Federal proíbe. E como a promoverão? Inventando suas próprias
leis, o que a Constituição Federal também proíbe... Se Moraes acusou Zuckerberg
de fazer bravatas, qualquer pessoa com um mínimo de senso crítico é capaz de
identificar os verdadeiros bravateiros, esses que andam por aí, dizendo “ainda
tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”... Ou “perdeu, mané”,
ou “nós derrotamos o bolsonarismo”.
As reações ao vídeo de Zuckerberg
divulgado na semana passada deixam provas sobradas do óbvio: a mentira e o ódio
não foram inventados a partir do advento da internet
Fechado nessa aliança com o STF, Lula
aumentou na última semana sua coleção de mentiras. Disse que Mark Zuckerberg
“não quer a punição por crimes cometidos com o uso de redes sociais”... Ora, o
que ninguém pode querer é que as plataformas digitais sofram pressão para
cumprir ordens judiciais ilegais e, pior, secretas. Repito: as leis brasileiras
estão postas, e todos devem cumpri-las, sem exceção. E não há uma linha sequer
sobre as redes terem de controlar seus conteúdos com o uso das farsantes
“agências checadoras de fatos”. Aliás, se elas fossem sérias, teriam enquadrado
o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele afirmou que o anúncio feito por
Zuckerberg “passa a ideia de que liberdade de expressão inclui calúnia,
mentira, difamação e tudo mais”. Já o advogado-geral da União, Jorge Messias,
disse que a decisão da Meta “intensifica a desordem informacional” e ressaltou
a necessidade de censurar as redes sociais no Brasil, “para evitar a
disseminação de fake news e discursos de ódio”. E o secretário de
Políticas Digitais, João Brant, disse que a Meta “vai deixar de proteger
direitos individuais e coletivos e não vai respeitar a soberania dos países
sobre seus ambientes digitais”. Para ele, as mudanças nas plataformas de
Zuckerberg são “um convite ao ativismo da extrema direita”. Todos eles se
incriminam inevitavelmente, ao usar expressões que não definem nem conceituam
nada: “fake news”, “desinformação”, “desordem informacional”, “extrema
direita”...
Por fim, o vilão mais infame, que
provoca mais dor em mim: a imprensa. O que os veículos que optaram por
tentativas de suicídio insistentes, diárias veicularam, mais uma vez, foram
mentiras. Tudo endossado por “especialistas” escolhidos a dedo. Já faz tempo
que as histórias jornalísticas passaram a ter apenas um lado. Como podem os que
já foram chamados de jornalistas dizer que Zuckerberg mente, quando afirma que
“países latino-americanos têm ‘tribunais secretos’ que removem conteúdo de
forma silenciosa”? Como podem considerar que tal afirmação carece de fundamento,
de evidências, de provas, se isso tudo é abundante e claro? Não à toa, quase
todos os veículos ignoraram o caso dos arquivos do Twitter Brasil, as mensagens
trocadas por assessores de Alexandre de Moraes, as confissões do ex-funcionário
do Departamento de Estado americano Mike Benz. O “jornalismo profissional”
insiste que só ele pode definir o que é verdade, abraçando a fraude de forma
desavergonhada.
Como levar a sério veículos que juram
que “Lula não deve nada à Justiça”, que “o STF salvou a democracia”, que “o
Supremo agiu muitas vezes de forma ilegal e abusiva, mas por uma boa causa, e
agora deve voltar à autocontenção e ao que determinam as leis”? Como dar
crédito a veículos que dizem que o 8 de janeiro foi uma “tentativa de golpe de
Estado”? É esse o “jornalismo profissional”, que inventa que Jair Bolsonaro e
seus filhos fugiram de agentes da Polícia Federal pilotando motos aquáticas
pela Baía de Angra, que chama de extremistas de direita, fascistas, nazistas,
terroristas e golpistas todos aqueles que apontam essas falcatruas
incansavelmente? É um bando que pede censura nas redes e a falsa sensação de
liberdade para si. É um bando que jura que “as equipes de checagem de
informações são o pilar da atual política de combate a fake news”, que
vira tudo do avesso e publica coisas desse tipo: “Assim como a imprensa só pode
prosperar na democracia, as plataformas sociais só poderão crescer na tirania”.
Nós, nós somos os coitadinhos que
precisam de tutores no Judiciário, no Executivo, no Estado de um modo geral.
Somos os pobrezinhos que precisam ser conduzidos pela mão por uma imprensa
autoritária, mas “educativa”, “catequizadora”, que sabe exatamente o que é
melhor para cada pessoa. Nós, usuários das redes, não podemos fazer uma
“curadoria” dos conteúdos que nos chegam, somos incapazes de saber o que é
mentira e o que é verdade, o que deve ser desconsiderado, descartado, o que
deve ser investigado, aprofundado, o que é fato, o que é irrefutável. Queremos
um mediador, um mentor, um orientador, um guru, um pai... Nós, os limitados,
expostos a tantos perigos nas redes, precisamos dos “iluminados” que possam nos
ensinar as novas definições de democracia, de liberdade de expressão... Somos
vítimas potenciais, sempre. E a nossa única chance é aceitar as promessas de salvação
e proteção dos tiranos maldisfarçados de heróis.