Na escalada para baixo em que vem
perdendo o rumo, a compostura e as eleições, a esquerda brasileira e mundial
perdeu também a capacidade de operar os circuitos neurológicos que levam ao
pensamento racional. Não há mais, sequer, o tráfico de ideias de baixa
qualidade. O comando central de seus sistemas, agora, programou a eliminação da
atividade de pensar. Saem as ideias de qualquer natureza, mesmo as de qualidade
mais baixa. Entra em seu lugar, como ordem suprema, a repetição automática de
uma maldição para substituir a ação política: “fascismo”.
É a isso, e apenas a isso, que se
reduziu a militância de esquerda hoje em dia. Não há programa de governo, não
há convicções e não há propostas sérias para nada – tudo consiste em repetir
que qualquer tipo de oposição aos seus desejos, às suas ideias e às suas
conveniências é “fascismo”. Como mudaram a definição etimológica da palavra
“fascismo”, que deixou de designar um movimento político determinado e passou a
significar o “mal” em termos absolutos, não se pode mais discordar deles – e
esse “deles” inclui tudo, de Lula a Janja, do PT a Alexandre de Moraes. Quem
discorda é “fascista” e, portanto, não tem direito a nada, sobretudo a dizer o
que pensa. Ganhar eleições, então, nem pensar.
O X, o Facebook, o Instagram e todo o
resto das redes sociais provam, minuto a minuto, em tempo real, que a maioria
das pessoas não quer o que a esquerda quer – na verdade, quer o contrário
A reação histérica da esquerda
brasileira à decisão tomada pela Meta para eliminar os filtros internos de
checagem, que vetavam a publicação de postagens consideradas nocivas em suas
plataformas de redes socias, é um monumento à consagração do “fascismo” como
elixir universal do ideário “progressista” de hoje. A decisão da empresa foi
furiosamente excomungada como “fascismo” em último grau – ou, pior ainda, como
uso do “poder econômico” para implantar o “fascismo” no mundo inteiro. O que a
Meta está dizendo é simplesmente o seguinte: “Aqui não há mais censura interna.
Cada um escreve o que quiser”. Para a esquerda, isso é fascismo.
As redes sociais, do X de Elon Musk à
Meta de Mark Zuckerberg, são hoje o terror das ditaduras em todo o mundo – e,
simetricamente, o terror da esquerda. Pela primeira vez na história, o povo de
verdade, na voz de centenas de milhões de pessoas, pode falar e ouvir o que
quiser. Não é Musk, nem Zuckerberg que falam nas redes, como os jornalistas
falam nos jornais, no rádio e na televisão – e não são eles, na verdade, que
deixam a esquerda transtornada. Quem fala na internet é a população, direto, e
é a vontade bruta da população que cria o pânico no “campo progressista”. O X,
o Facebook, o Instagram e todo o resto das redes sociais provam, minuto a
minuto, em tempo real, que a maioria das pessoas não quer o que a esquerda quer
– na verdade, quer o contrário.
Em nenhum momento passa pela cabeça da
esquerda indagar se não haveria alguma coisa errada em sua fé atual, já que o
povo demonstra uma fé oposta nas redes sociais. Sua única reação é gritar:
“Fascismo. Não pode. Prende”. É por isso que toda a eleição, hoje em dia, é
tratada pela esquerda como uma ameaça mortal à democracia. Quem discorda pode
ganhar, como aconteceu com Trump nos Estados Unidos, com Milei na Argentina,
com Giorgia Meloni na Itália, e pode acontecer em breve na Alemanha e no
Canadá. O que eles querem, cada vez mais, é eleição do tipo Venezuela, ou TSE,
as únicas que realmente resolvem. Rede social, nesse caso, é fascismo puro.