Uma pesquisa divulgada no último dia 11
mostrou que a primeira-dama Rosângela Lula da Silva tem uma imagem negativa
para 58% dos brasileiros — um aumento expressivo em relação aos 40% registrados
em outubro do ano passado, segundo a AtlasIntel/Bloomberg, responsável pelo
levantamento.
No entanto, nem esse tipo de alerta
vermelho parece ser capaz de frear Janja, que voltou a fazer das suas no último
final de semana. Após visitar o barracão da escola de samba carioca Portela,
ela “vazou” em suas redes sociais imagens da versão deste ano do símbolo maior
da agremiação: a águia, sempre revelada apenas no dia do desfile na Marques da
Sapucaí.
Para os fãs e conhecedores do Carnaval,
que rapidamente reagiram na internet, a mancada da socióloga foi um “descaso
com a tradição”. Principalmente porque todos os visitantes são orientados pela
escola a não divulgar as fantasias e os carros alegóricos que veem durante o
passeio pelo barracão.
Diante das críticas, a equipe da
primeira-dama apagou os registros. A Portela também tratou de colocar panos
quentes na situação, afirmando em uma nota enviada à imprensa que o vídeo
postado por Janja foi só “um descuido”. Mas, como bem definiu um dos
milhares de usuários do X que comentaram o episódio, “Ela realmente não dá uma
dentro”.
A seguir, selecionamos outras
“janjadas” (entre gafes, deselegâncias e descomposturas) cometidas pela
socióloga — e que ilustram sua insistência em protagonizar a cena política,
mesmo sem sequer ter um cargo oficial para isso.
1. Diplomacia de baixo nível
: Durante um encontro do G20 Social, Janja defendia a regulamentação das
redes sociais quando o sinal sonoro de um navio interrompeu sua fala (o evento
aconteceu na região portuária do Rio de Janeiro). Na tentativa de fazer uma
piada, afirmou: “Deve ser o Elon Musk”. Em seguida, ela garantiu não ter medo
do empresário americano e mandou um sonoro “F* you, Elon Musk”, sob aplausos da
plateia.
A provocação, porém, teve efeito
contrário. Além de receber uma resposta irônica de Musk (“Eles vão perder a
próxima eleição”, disse o bilionário no X), a primeira-dama deslocou totalmente
o foco do encontro, concebido para servir de vitrine internacional para o
Brasil.
2. Resposta grosseira: Em outro
painel do G20, a primeira-dama se irritou com uma mulher que chamou o evento de
música da cúpula de “Janjapalooza”. “Não, filha, é Aliança Global Contra a Fome
e a Pobreza. Vamos ver se você consegue entender a mensagem, tá?”, disse Janja,
em tom grosseiro e causando um mal-estar geral entre os presentes.
Idealizados pela própria socióloga, os
shows custaram cerca de R$ 1 milhão apenas em cachês para os artistas — tudo
bancado por empresas públicas. E, apesar do nome, a festa não incluiu nenhuma
iniciativa prática contra a fome ou a pobreza.
3. De igual para igual: Em abril
de 2024, a socióloga disse à rede BBC que tem papel de articuladora no governo
Lula. E mais: com “total autonomia”.
Ainda segundo Janja, não existe “linha de
hierarquia” entre ela e o marido e os dois “podem estar em espaços diferentes e
conversar com públicos diferentes quando necessário”. Em outras palavras, é
como se o Brasil tivesse uma primeira-dama independente e autossuficiente.
4. A decoradora: Logo no início do
mandato de Lula, Janja culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira
dama Michelle de terem “levado tudo” do Palácio do Alvorada — referindo-se aos
móveis da residência oficial.
5. Dancinha insensível: Enquanto o
povo do Rio Grande Sul sofria com enchentes devastadoras, Janja fingiu que não
era com ela — e, literalmente, dançou. A cena descontraída foi gravada por sua
própria equipe, logo após o desembarque da primeira-dama na Índia, em setembro
de 2023.
Após receber uma enxurrada de críticas
por sua desconexão com a realidade, ela apagou o vídeo e deu a desculpa mais
esfarrapada do mundo: “Meu sorriso e minha alegria nunca significarão falta de
empatia e solidariedade pelo próximo”.
6. Deboche e desdém: Questionada
sobre a morte de Francisco Wanderley Luiz — autor do atentado ocorrido na Praça
dos Três Poderes, em novembro de 2024 —, Janja respondeu com deboche e desdém.
Além de rir da situação, disse que “o bestão lá acabou se matando com fogos de
artifício”.
A primeira-dama ainda aproveitou a
ocasião para defender a regulamentação da internet e alfinetar a direita,
conhecida por sua capacidade de mobilização nos meios digitais. “Olha só o que
faz (sic) as redes sociais na mente das pessoas”, afirmou.
7. “Jogo baixo”: Em outra quebra
de decoro, a primeira-dama se envolveu de maneira questionável na campanha à
prefeitura de São Paulo. Ela apareceu, ao lado de apoiadoras do candidato
Guilherme Boulos (PSOL), em um vídeo que relembrava um suposto episódio de
violência doméstica registrado em Boletim de Ocorrência pela mulher do prefeito
Ricardo Nunes (MDB).
Além de ser considerado um “jogo
baixo”, pois desrespeitou a esfera privada de pessoas públicas, o conteúdo
reforçou o tom polarizador das intervenções públicas de Janja.
8. Desrespeito à
História: Destruída após a invasão de 8 de janeiro de 2023, a galeria dos
ex-presidentes do Brasil, instalada no Palácio do Planalto, foi reaberta em
novembro do ano seguinte. Janja visitou o espaço acompanhada da imprensa e fez
pouco caso da história política do país.
“Pascoal Ranieri Mazilli, vocês tinham
ouvido falar desse presidente? [No poder] do dia 2 ao dia 15. Gente, ele não
merece estar aqui. Ah, bom, tem vários que não merecem”, afirmou, em frente à
imagem de Mazilli (presidente da Câmara que ocupou o cargo de chefe do
Executivo federal entre a deposição de João Goulart e o início do regime
militar, em 1964).
9. De segunda mão: “Injuriada”,
nas palavras dela, com o estado deplorável do micro-ondas disponível para os
jornalistas que fazem a cobertura do Palácio do Planalto, a primeira-dama fez
questão de ordenar a troca do aparelho.
Mas a generosidade, divulgada com
orgulho por Janja, acabou soando como um sinal de oportunismo e mesquinharia.
Afinal, ela mandou trazer do Alvorada um aparelho velho e sem uso para os
profissionais da imprensa (enquanto gastava R$ 114 mil em apenas um tapete para
a residência oficial).
10. Crimes da moda: “Despojada”,
para usar um eufemismo, Janja não tem a elegância discreta das antecessoras,
Michelle Bolsonaro e Marcela Temer. Mas os especialistas em moda vão além, e
afirmam que a socióloga não acerta um look nem quando a roupa ajuda.
É o caso do vestido da grife Printing,
no valor de R$ 7,5 mil, que ela usou ao ser recebida na França pelo casal
Emmanuel e Brigitte Macron, durante um evento para as delegações dos países
participantes das Olimpíadas. Nos registros da festa, a socióloga apareceu com
um alfinete bem visível espetado no decote da peça cara — um crime sem perdão
para os “fashionistas” de plantão.