Na noite desta quinta-feira, 3, postei
um vídeo nas minhas redes sociais explicando, de forma didática, sobre a
anistia e os acontecimentos do altamente politizado “8 de janeiro”, e todas as
incoerências e injustiças que aconteceram após aquele dia. Assim como o vídeo
que fiz sobre o PIX, em pouco tempo a postagem atingiu milhões de visualizações
porque a estratégia foi a mesma: falar a verdade.
A história de Débora Rodrigues virou o
marco de uma luta coletiva: cabeleireira, casada e mãe de dois filhos, condenada
a 14 anos de prisão por escrever “perdeu mané” em uma estátua utilizando um
batom.
Sim, uma mancha de batom rendeu uma
grande pena, que nunca vimos acontecer com quem já fez pichações contra figuras
de direita e pior, quem cometeu crimes verdadeiramente graves.
Afinal, o que gera mais riscos à
democracia, uma pessoa cujo ato foi limpo com água e sabão ou 15 traficantes
soltos pelo STF em 2024? Nós sabemos a resposta e precisamos ter coragem para
falar.
Assim como Débora, outras pessoas foram
presas e condenadas por vandalismo e tentativa de golpe de estado, sem uma
prova sequer. Golpe este que não pode ser realizado utilizando bíblias,
bandeiras ou batons, mas com armas - algo que ninguém ali portava.
De uma grávida até um morador de rua,
brasileiros como nós, foram tratados de forma rigorosa, sem nada terem feito e
sem direito à plena defesa. O que mais revolta a qualquer um de nós é que o
Brasil é infelizmente conhecido pela impunidade de sua “Justiça”.
Recentemente, a fala de uma capitã da
Polícia Militar de São Paulo, na Rede Globo, viralizou porque ela expôs que o
maior problema no trabalho da polícia é a reincidência criminal, já que 99% das
prisões feitas têm antecedente criminal.
Também vi, nos últimos dias, uma
reportagem em que uma câmera de segurança registrou um estupro no estado do
Paraná. Na mesma matéria, falava que o criminoso responderia pelo crime, e, se
condenado, poderá pegar até 11 anos de prisão, 3 anos a menos que Débora.
É importante destacar a parcialidade de
quem deveria ser totalmente imparcial. Em um texto anterior onde eu comentava
sobre o MST, destaquei alguns atos parecidos e até mesmo piores do que o
acontecido no dia 8 de janeiro.
Em 2006, quando o próprio MST ocupou a
Câmara dos Deputados para apresentar reivindicações, 24 pessoas ficaram
feridas, sendo a maioria delas funcionários da casa. Em 2014, cerca de 20 mil
manifestantes, insatisfeitos com posicionamentos do governo Dilma e a atuação
do Poder Judiciário, chegaram à Praça dos Três Poderes, derrubaram grades, tentaram
invadir o STF e entraram em confronto com a polícia.
Em 2017, um ato contra o governo Temer
levou cerca de 45 mil pessoas à Esplanada e houve depredação dos ministérios. O
que aconteceu quando era a esquerda invadindo e depredando órgãos públicos, além
de ferir várias pessoas? Absolutamente nada.
Se formos para o lado político, o
cenário é o mesmo. “Corruptos são “descondenados”, recebem de volta seus
direitos políticos, exibem uma vida boa com direito a postagens descontraídas
e, óbvio, não estão na cadeia”
Mas o que esperar de diferente em um
país onde quem diz combater a corrupção simplesmente ignora o fato de um
parlamentar admitir ter feito “rachadinha” e deixa o mesmo continuar exercendo
o seu cargo normalmente mesmo após a confissão?
Já está claro que a “Justiça” tem lado,
e tudo isso que cito de forma resumida é para enfatizar o que acontece e o que
deixa de acontecer há anos.
Sempre deixei explícito que o que
aconteceu no dia 8 de janeiro foi lamentável, já que quebradeira e desordem não
fazem parte de nenhuma manifestação da direita.
O que eu e a grande maioria dos
brasileiros queremos é a verdadeira justiça. Sem aspas, justiça significa punir
sem vingança e dar a cada um o que é seu. Nem mais, nem menos.
O Brasil já concedeu anistia a diversos
criminosos e ainda o faz diariamente. Negar isso a um determinado grupo de
pessoas é ser seletivo, já que quando os autores foram de esquerda e fizeram
pior em repetidas vezes, não houve punição. Anistiar os manifestantes do 8 de
janeiro nada mais é do que fazer o justo.