O ministro da propaganda, Sidônio
Palmeira, parece que parou no tempo. Ele está lá nos anos 80, quando não havia
celular e muito menos rede social. Ele deu uma entrevista para algum veículo da
Globo e disse que a queda de popularidade do presidente Lula se deve à “herança
maldita” – ele não falou “maldita”, mas disse “jeito caótico” – de Jair
Bolsonaro na saúde e na educação. Aliás, educação nem é com o governo, educação
é com os pais. O governo entrega ensino, tem de ensinar para a vida, não fazer
catequese política; tem de preparar as pessoas para terem uma boa renda, graças
a um bom trabalho.
Sidônio, então, diz que a culpa é de
Bolsonaro. Na cabeça dele os brasileiros ainda são todos autômatos, com uma
única fonte de informação, como era antigamente. Não: as pessoas pegam o
celular, se informam dia e noite, sabem de tudo o que está acontecendo, trocam
informações, opiniões, posições, discordâncias e críticas. Essa é a beleza
dessa nova democracia digital, uma praça virtual que reúne todo mundo, e onde
cada um dá o seu palpite. Cada um é fonte de poder numa democracia. Cada
cidadão, cada eleitor, cada pagador de impostos. É por causa disso que está
havendo a queda: porque faz dois anos que Lula está no governo. Dois anos e
quatro meses, aliás; ou 28 meses de governo. Se houvesse uma “herança caótica”
de Bolsonaro, já teria dado tempo de corrigir.
Milei, sim, pegou uma “herança maldita”
e está colocando a Argentina nos trilhos: Javier Milei, sim, pegou uma
herança caótica dos governos de esquerda – e já corrigiu, fez até mais que
isso. Está aí a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
(Unctad), que faz projeções sobre o crescimento das economias, afirmando que a
economia argentina vai crescer mais que o dobro da brasileira neste ano: 5%
contra 2,2% ou algo assim. A Argentina vai crescer mais até que a China, que,
segundo esse órgão das Nações Unidas, vai crescer 4,4%. É o resultado do
trabalho de Milei, um economista defensor do livre mercado, da liberdade de
ação, de tirar o Estado que atrapalha a vida das pessoas.
Mais um caso em que estão expulsando
colonos que estão há décadas em suas terras : Falam muito de defender a
Amazônia, os índios, a floresta, as riquezas. E as demais pessoas? Estou me
referindo aos não indígenas, que lá estão plantando cacau, plantando café,
criando gado. Em Presidente Médici (RO), estão expulsando colonos que foram
assentados pelo Incra décadas atrás, assim como aconteceu na Terra Indígena
Apyterewa. É uma tragédia. As pessoas saem chorando, perdendo tudo em que
investiram há 20, 30, 40 anos, porque converteram aquele território em reserva
indígena.
Santa Catarina está drenando rios para
prevenir grandes enchentes: Jorginho Mello está dando exemplo para o Rio
Grande do Sul. Se vier chuva forte em setembro, de novo, Porto Alegre, o Vale
do Taquari e o Vale do Jacuí, que ainda não drenaram, não tiraram a sujeira do
fundo dos rios, vão alagar. Tiraram apenas algumas coisas, um ônibus perto de
Estrela, uns cascos de barco, mas só. Já em Santa Catarina o governo do estado
está drenando os rios principais no Vale do Itajaí: o Itajaí-Açu, o Itajaí do
Sul e o Itajaí do Oeste. Tiraram mais pneus do que uma fábrica consegue produzir,
sujeira de todo tipo, refrigerador, adega, sofá... tem de tudo. É
responsabilidade da população. Santa Catarina está tão orgulhosa do seu
progresso, da sua civilidade, que não pode comportar essa história de jogar
lixo dentro do rio.