O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou hoje (17) a decisão de
construir dois museus em Brasília: o da Bíblia e o da Democracia. Ele reuniu
secretários, autoridades e parlamentares, na residência Oficial de Águas
Claras, para apresentar as ideias.
O Museu da Bíblia de Brasília (MuBB) será um espaço religioso e cultural
a ser construído no Eixo Monumental. O projeto arquitetônico está concluído e o
próximo passo será o lançamento do edital de construção do monumento.
Ibaneis também pretende erguer um equipamento público responsável por
resgatar a história democrática do Brasil. “Bíblia e Democracia vão estar
unidos”, afirmou.
O edifício principal do Museu da Bíblia está orçado em R$ 60 milhões.
Também serão investidos R$ 14 milhões para erguer o anfiteatro e o paisagismo,
que complementam o projeto.
“Foi um processo muito difícil e doloroso, porque nós tivemos que
enfrentar quem recriminou a apresentação desse projeto sem compreender a
importância do monumento que tem a finalidade de mostrar a Bíblia e a
história do mundo – que é contada através da Bíblia. Nós temos muita honra
de termos vencido todas as etapas desse processo”, afirmou Ibaneis Rocha em
referência às críticas e aos obstáculos jurídicos no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) para a liberação do museu.
A intenção de construir o Museu da Bíblia foi contestada na Justiça pela
Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea). A justificativa foi de que
o monumento, a ser erguido com recursos públicos, “constitui afronta à
liberdade religiosa e à laicidade do Estado”.
Vencida a disputa judicial, Ibaneis explicou que a proposta é preservar
a memória religiosa por meio da divulgação das Sagradas Escrituras, ao mesmo
tempo em que impulsiona o turismo na região, ao se tornar mais um ponto de
visitação no Distrito Federal.
Inspirado em museu de Washington, nos Estados Unidos, o novo monumento
será erguido em uma área de 15 mil metros quadrados, entre o Cruzeiro e o Setor
Militar Urbano (SMU), integrando o conjunto arquitetônico e cultural do Eixo
Monumental, que conta com o Memorial JK, o Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, a Torre de TV e o Jardim de Burle Marx.
A execução da obra está sob gestão da Secretaria de Obras e
Infraestrutura, que fará em duas etapas. “A ideia é lançar ainda esse ano, no
segundo semestre, o edital de licitação do prédio principal e estamos
trabalhando para que seja feito em dois lotes”, explicou o secretário de Obras
e Infraestrutura, Valter Casimiro.
Edificação: O projeto arquitetônico foi selecionado por meio de
concurso promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).
Segundo o GDF, o projeto foi elaborado por um escritório de arquitetura
de Minas Gerais, vencedor do concurso nacional publicado em 2021. “O edital se
debruçou sobre o mérito artístico e arquitetônico dos projetos, se propondo a
escolher os melhores, os mais bonitos e os mais interessantes. O projeto
vencedor é bastante contemporâneo e traz elementos que remetem à Bíblia.
Nós, como Secretaria de Cultura e Economia Criativa, entendemos que a Bíblia é
um bem cultural”, explicou o subsecretário de Patrimônio Cultural da Secec,
Felipe Ramón.
O museu terá quatro pavimentos, um estacionamento interno no subsolo –
com 75 vagas – e um estacionamento externo.
A entrada terá um elemento edificado em formato de página
remetendo ao livro da Biblia, além de jardins com espécies botânicas
bíblicas e um trecho de água, com objetivo simbólico e também para o conforto
climático da edificação. Nos andares, salões expositores, pequeno anfiteatro,
salas administrativas, auditório e espaços contemplativos.
Além disso, o Museu da Bíblia será composto por um anfiteatro,
localizado no último lote do Eixo Monumental – aos moldes da composição do
Museu de Arte de Brasília (MAB) com a Concha Acústica. (
Com
capacidade para 3 mil pessoas, o local atende uma demanda para o povo cristão
se reunir em festejos e celebrações. O espaço também poderá ser ampliado com a
utilização de palcos montados na área verde.