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Jair Bolsonaro, preso político

Jair Bolsonaro, preso político

Não é preciso desenhar. A operação da Polícia Federal de Lula e de Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro nesta manhã de sexta-feira (18) é, na prática, a imposição de uma prisão domiciliar contra o ex-presidente da República. Impedido de sair de casa entre 19h e 7h e de sair de Brasília em qualquer horário, monitorado por tornozeleira eletrônica, Bolsonaro perdeu sua liberdade. Também está impedido de usar redes sociais, falar com seu filho Eduardo – que está morando nos Estados Unidos –, e de contatar embaixadores e diplomatas estrangeiros. Em resumo: perdeu sua liberdade.


As restrições – ou, melhor, a prisão que agora ele enfrenta – foram impostas a Jair Bolsonaro sem julgamento. Sem condenação. Exatamente aos moldes do que ocorre em qualquer tirania, o maior opositor político do regime, que lidera as pesquisas de intenção de voto à Presidência nas eleições de 2026, foi primeiro declarado inelegível por seus perseguidores. Agora, Bolsonaro foi censurado e preso.


"Ou Câmara age para instalar a CPI do Abuso de Autoridade e o Senado abre impeachment de ministros do Supremo, além de aprovar a anistia nas duas casas, ou a situação piorará muito ainda até as eleições de 2026, a última esperança para o Brasil eleger maiorias parlamentares de verdadeira oposição"


Não é nenhuma coincidência o timing desta ação: um dia após Lula ter dado entrevista à CNN Internacional e de fazer pronunciamento em rede nacional jurando independência entre os Poderes e acusando seus opositores de “traidores da pátria”. Um dia após, também, o desmoralizado Congresso nacional ter entrado em recesso, impedindo a manifestação da direita na tribuna e nas comissões da Casa Legislativa. É o cerco fechado em torno da cúpula do poder contra quem ousa desafiá-lo.


A direção do Congresso Nacional, Câmara e Senado, tem se omitido diante desta escalada. E nada é mais importante hoje para o país do que solucionar nossa crise institucional. Ou Câmara age para instalar a CPI do Abuso de Autoridade e o Senado abre impeachment de ministros do Supremo, além de aprovar a anistia nas duas casas, ou a situação piorará muito ainda até as eleições de 2026, a última esperança para o Brasil eleger maiorias parlamentares de verdadeira oposição.


Ouço muito, quando sou abordado nas ruas Brasil afora por quem acompanha meu mandato, “não desista”. Devolvo: “Obrigado! E não me abandone!”. É passada hora de o povo se movimentar, como foi feito inúmeras vezes na história brasileira, contra essa ditadura instalada e pressionar o Congresso a se posicionar pela democracia.


A prisão política de Jair Bolsonaro precisa ser o último ato dos tiranos. O verdadeiro soberano no Estado de Direito constitucional é o povo. É, portanto, imperativo que voltemos às ruas para pressionar o Congresso e redemocratizar o Brasil.



Marcel van Hattem - (Foto: Sebastião Moreira/EFE) - Gazeta do Povo


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