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Para não correr risco de ir preso, Bolsonaro fica calado em motociata

Para não correr risco de ir preso, Bolsonaro fica calado em motociata

Embora informado de que poderia dar entrevistas, Jair Bolsonaro preferiu não falar nesta terça-feira, durante a gigantesca motociata que foi da Granja do Torto, que é um grande parque de eventos e está abrigando um evento nacional de motocicletas, até a rodoviária, que é o centro de Brasília. Bolsonaro acompanhou tudo do alto do carro de som, mas não pegou o microfone.


Ali perto, a mais ou menos 5 quilômetros da rodoviária, está a Praça dos Três Poderes, interditada pelo ministro Alexandre de Moraes, desde que ele mandou tirar de lá o deputado Hélio Lopes. Mas um grupo de pessoas, parentes e advogados de presos políticos, se acorrenta todas as noites, desde segunda-feira, e assim vão ficar até domingo, dia 3, quando estão previstas manifestações aqui em Brasília.


Ministros do STF começam a sentir o golpe das tarifas: Dois ministros do Supremo – o presidente da corte e o ministro Flávio Dino – demonstraram que estão preocupados com o que pode acontecer a partir de sexta-feira, quando as tarifas de Donald Trump entram em vigor. Dino, falando no Maranhão, disse que é a primeira vez na história que “um país sequestra o outro” para impor decisão à Justiça. Mas Trump não está impondo nada ao Brasil; a decisão vale nos Estados Unidos, para a mercadoria brasileira que entra lá. Não afeta a soberania brasileira, nem “sequestra” o Brasil. Mas Dino reconhece, então, o poder dessa tarifa, que se dirige mais ao Supremo que ao mundo econômico brasileiro. Para a economia, é uma correção de favores fiscais, mas o principal dessa decisão está no que disse o próprio Trump: “o único julgamento de Bolsonaro que deveria ocorrer seria a eleição presidencial. Deixem Bolsonaro em paz”. É mais ou menos esse o principal motivo, com a insinuação de que o Congresso Nacional deveria, exercendo o seu poder, decretar a anistia para pacificar o país.


Luís Roberto Barroso, por sua vez, disse que “mentir não é uma estratégia política legítima. Uma causa que se baseia em engano, ódio ou desinformação não pode ser causa justa”. A quem ele estava se referindo? Eu sei, todos pensaram em um certo mentiroso contumaz. Mas depois ele sacou uma frase em inglês, tentando fazer um trocadilho com o make America great again. Ele disse: “o que devemos fazer? Make lying wrong again”, ou seja, fazer a mentira ser errada de novo. Ele estava querendo falar de Trump, e ficamos pensando que a frase caía melhor se referindo a um outro presidente.


Situação de Carla Zambelli na Itália ainda está indefinida: Carla Zambelli está à disposição da Justiça italiana, e estamos todos aguardando notícias de lá; no momento que fiz a gravação ainda não havia nenhuma decisão da Justiça. Ela é deputada, ainda com mandato no Brasil, e cidadã italiana. A lei brasileira não permite que cidadão brasileiro seja extraditado do país. Se a Itália decidir a mesma coisa, ela ficaria lá, não iria cumprir pena.


Montadoras reclamam de benefício à chinesa BYD: Talvez o fato mais importante do dia na área econômica seja a carta assinada pelos presidentes da Volkswagen, da Toyota, da General Motors e da Stellantis (a empresa que engloba a Fiat, a Peugeot e a Jeep). As montadoras dizem que, se Lula conceder favores fiscais à chinesa BYD para trazer carros desmontados para serem montados em Camaçari, na antiga fábrica da Ford, com redução de imposto de 20% para 10% nos carros híbridos desmontados, e de 18% para 5% nos elétricos, isso vai causar a perda de 50 mil empregos e a interrupção de investimentos da indústria automobilística nacional.


Para resumir, os chineses estão fazendo uma montadora de peças desmontadas. Eu lembro do tempo em que a Volkswagen tinha o chamado “CKD”, a sigla para automóveis que vinham desmontados e eram montados no Brasil. Isso foi no passado, mas os tempos antigos, pelo jeito, estão de volta, com favores do governo para os chineses.


Alexandre Garcia - (Foto: Andre Borges/EFE) - Gazeta do Povo


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