O governo dos Estados Unidos anunciou, na última quarta-feira, 30, a imposição de penalidades contra o ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, que é uma legislação que permite aplicar sanções a pessoas e entidades estrangeiras acusadas de corrupção ou de violar direitos humanos. Moraes conseguiu o feito inédito de ser o primeiro brasileiro a ser alvo da medida.
Conforme falei em uma entrevista nesta semana, narrativas não acobertam atitudes opostas àquilo que alguém diz defender. Na teoria, alguns ministros sempre destacam o ‘’Estado Democrático de Direito’’ e dizem estar defendendo a democracia, e agora até mesmo a soberania. Na prática, é exatamente o oposto, e agora não só os brasileiros, como o mundo todo, está vendo.
Após ser sancionado, Moraes entrou em uma seleta lista contendo nomes como Hezbollah, Hamas, Al-Qaeda e um bastante conhecido pelos brasileiros: o PCC. Exato, um juiz da nossa Suprema Corte está na mesma relação que os mais conhecidos grupos terroristas mundiais e facções criminosas. Fica bem difícil acreditar que alguém assim está salvando a nossa democracia.
Para piorar a situação, Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, disse em entrevista que o magistrado usava o gabinete do STF para perseguir políticos de direita. Segundo ele, lá só entravam ‘’coisas de direita’’, nunca de esquerda — nada que a gente já não tivesse notado aqui de fora, tamanhos os absurdos sempre pesando para um lado.
Tagliaferro ainda afirmou que decidiu sair do Brasil para denunciar os abusos praticados por Moraes. Um exemplo de coragem e caráter de quem decidiu fazer o certo, independentemente das circunstâncias, colocando em risco não somente sua vida, mas a sua família.
Diante de todo este cenário, você deve imaginar que o mais natural deveria ser que Alexandre de Moraes, e outros ministros e políticos que estão promovendo a tirania, fizessem um exame de consciência, certo? Mas nada disso parece ter acontecido.
Pouco tempo após ser sancionado, Moraes foi à Neo Química Arena acompanhar a partida entre Corinthians x Palmeiras pela Copa do Brasil, e uma de suas atitudes comprovou, mais uma vez, que ele se acha acima de tudo e de todos.
Além de vídeos dos próprios corintianos debochando do ministro terem se espalhado nas redes sociais, o que mais ganhou destaque foi a foto em que Moraes foi flagrado mostrando o dedo do meio para alguém, em um estádio somente com a torcida local.
Essa definitivamente não é uma atitude que se espera de alguém, principalmente considerando o seu cargo. Até mesmo o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello se disse surpreso com essa e outras atitudes de Moraes enquanto magistrado.
Ontem, participando de um podcast, destaquei que o ‘’dedo do meio’’ de Moraes foi muito mais do que as pessoas viram. Um político em sã consciência, por exemplo, pensaria um milhão de vezes antes de fazer tal gesto direcionado a alguém — e o motivo é simples: numa democracia, ele pode ser retirado pelo povo por meio dos votos.
“A atitude de Alexandre de Moraes foi a externalização do que ele se sente: acima de tudo e de todos e sem a preocupação de ficar sem popularidade ou perder seu cargo, porque, afinal, ele está intocável e decidindo tudo”
A pergunta que fica é: o que aconteceria se fosse um brasileiro direcionando o mesmo dedo do meio contra Moraes? Garanto que ele não deixaria impune, principalmente considerando o fato de que aconteceu em Roma.
Para finalizar, mais hipocrisia esquerdista. Evidenciei em minhas redes sociais como a atitude dos progressistas mudou da água pro vinho quando a direita passou a ser perseguida.
Em meados de 2016 e 2017, parlamentares e ministros de esquerda atacavam Alexandre de Moraes de forma enfática, acusando-o de golpista, parcial e o associando à corrupção. Agora, ignoram tudo isso em nome de eliminar oposicionistas.
Friedrich Hayek disse que ‘’A liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame’’. Enquanto houver ao menos resquícios de democracia, não podemos desistir de defendê-la.