Teremos, agora, reuniões entre equipes do Brasil e dos Estados Unidos. Mas a delegação brasileira que vai negociar o “tarifaço” não encontrará muita simpatia dos representantes do governo Trump: o secretário de Estado Marco Rubio, o representante de Comércio Jamieson Greer e o secretário do Tesouro Scott Bessent. Informações que eu tenho dos Estados Unidos dão conta de que eles conhecem muito bem o que está acontecendo no Brasil. E não é por “diz que me diz que”, é por informações que eles têm como oficiais, no Supremo Tribunal Federal, no Congresso Nacional e no Poder Executivo.
E o que pega mesmo, como já disseram Greer e Rubio, são esses 40% de tarifa que funcionam como sanção, para que o Brasil seja pressionado a voltar ao Estado de Direito, respeitar o devido processo legal, o amplo direito de defesa, o juiz natural, obedecer a Constituição, defender a liberdade de expressão sem impor censura nem mesmo excepcionalmente. “Vamos desobedecer a Constituição, ao menos excepcionalmente” é o tipo de ideia que já surgiu no Supremo, que é o guardião da Constituição por obrigação, por mandato constitucional.
Está nas mãos de Lula corrigir isso, e ele pode corrigir. Não pode desfazer decisões do Supremo, ao qual ele é agradecido por sua descondenação e que tem de tratar com gratidão. Mas ele pode, por exemplo, permitir que os seus líderes no Congresso votem a favor de uma solução. Eu já mencionei aqui a sugestão do juiz aposentado Everardo Ribeiro que muda um pequeno trecho do artigo 359 do Código Penal, e já resolve muita coisa.
Vitória do partido de Milei mostra que a direita está avançando na América Latina: Cada vez mais a América Latina está votando na direita. Agora, nas eleições na Argentina, tivemos uma estrondosa e importantíssima vitória do partido La Libertad Avanza, do presidente Javier Millei. Ele venceu os centro-esquerdistas, os peronistas e os kirchnernistas até na capital federal e na província de Buenos Aires, onde se concentra 40% da população argentina, e também se saiu bem em outras grandes e importantes províncias como Córdoba, Mendoza e Santa Fé. Vimos isso na Bolívia, estamos vendo isso nas pesquisas no Chile, que terá eleição em novembro, e no ano que vem teremos eleições também.
Que pena que Paulo Guedes não teve como continuar seu trabalho à frente da economia: Estou aqui no Rio de Janeiro, e nesta segunda-feira passei na frente do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Lembrei do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que estava resolvendo todos os grandes problemas estruturais das finanças públicas. Mas este não é um trabalho de apenas quatro anos, e infelizmente ele não teve como dar sequência a seu trabalho extraordinário.
Missionários reagem a expulsão de brasileiros assentados no Pará: Queria destacar uma reação de missionários que estão no Pará, diante da ação policial contra brasileiros que estão garantindo a soberania com os pés no chão da Amazônia, e passando por um sofrimento que tem aumentado com a ação policial. Em nome da “proteção da natureza”, estão impedindo que esses brasileiros trabalhem, exerçam suas atividades. As pessoas foram instaladas décadas atrás pelo Incra em áreas que depois viraram reservas indígenas, e então foram expulsas de suas casas, das vilas que construíram, com escolas, com igrejas. É cruel o que tem acontecido lá.




