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Direita, mas nem tanto

Direita, mas nem tanto 

No mundo inteiro, a direita se define principalmente pela oposição às pautas da esquerda e pela defesa do modo de vida ocidental. Essa defesa não dá ao defensor nenhuma posição de destaque. Nada é mais entediante do que um discurso em defesa da família ou da propriedade. Em compensação, quando um ativista de esquerda faz um discurso dizendo que a família é tóxica, ou que odeia a classe média, ele ocupa as manchetes. É uma luta desigual. 


Os políticos e organizações de direita - conservadores e liberais - se destacam quando se opõem firmemente às políticas e às práticas da esquerda, inclusive quando essas políticas são camufladas como avanços sociais ou benefícios aos mais humildes. No Brasil, muitos dos políticos e partidos que se denominam “de direita” ainda não entenderam isso, ou sequer conseguem enxergar além da camuflagem. Não há outra explicação para o fato de a direita não conseguir firmar uma posição política baseada em convicções que vá além da repetição de variações do slogan pátria, família e religião. 


"Para ser de direita é preciso identificar e desmascarar o erro essencial do socialismo: a crença no deus-Estado como o solucionador de todos os problemas, planejador da economia e redistribuidor da riqueza" 


Ser de direita é mais do que isso. Ser de direita é trabalhar pela redução da máquina estatal e da carga tributária. Isso significa se opor a qualquer aumento de impostos, independente da justificativa – porque sempre haverá boas justificativas. Ser de direita significa renunciar ao uso de recursos do Estado sempre que esse uso violar princípios políticos e morais. Ser de direita significa obstruir os avanços estatais sobre os direitos individuais, principalmente vida, liberdade de expressão e propriedade. 


Significa também defender um mercado tão livre quanto possível, reduzindo o número de leis e de regulamentações e a quantidade de agências “reguladoras”. Para ser de direita é preciso identificar e desmascarar o erro essencial do socialismo: a crença no deus-Estado como o solucionador de todos os problemas, planejador da economia e redistribuidor da riqueza. 

O Brasil tem políticos que acreditam em uma acomodação com o socialismo e encontram oportunidades para elogiar governos esquerdistas. É como dar carona a um serial killer e elogiar suas boas maneiras, esperando que nada aconteça durante a viagem. Não é à toa que os marxistas chamam as forças políticas que se alinham a eles de “companheiros de viagem”. O problema é que, em algum momento, a viagem acaba.


Roberto Motta - (Foto: Imagem criada utilizando Open AI/Gazeta do Povo) 


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