De 2012 para 2015, foram 28 mil postos de trabalho a mais. O crescimento
pode ser percebido principalmente no setor de serviços
O nível
de ocupação aumentou mais para as mulheres do que para os homens, se comparados
2012 e 2015. É o que mostra levantamento sobre a inserção feminina no mercado
de trabalho do Distrito Federal, que confronta os dados da Pesquisa de Emprego
e Desemprego do ano passado com a de 2012. No último ano, 743 mil mulheres
estavam no mercado de trabalho como ocupadas ou em busca de emprego. Quando
comparado aos números de 2012 (701 mil), o resultado mostra aumento de 42 mil —
em relação às ocupadas, o crescimento é de 28 mil.
Do lado
masculino, 46 mil entraram no mercado de trabalho como ocupados ou em busca de
emprego, o que significa 792 mil em 2015 contra 746 mil em 2012. Para eles, no
entanto, as oportunidades foram mais escassas, e o aumento do número de ocupados
foi de 16 mil.
"De
um lado, a construção civil e a indústria mostram redução nos postos de
trabalho nesses períodos [2012 e 2015], e grande parte dos funcionários nessas
áreas é homem. Por outro, houve aumento de vagas para mulheres no setor de
serviços e, em menor medida, no de comércio", explica a coordenadora da
Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adalgiza Amaral.
Apesar de
a taxa de desemprego ter crescido para ambos os sexos no período analisado, a
diferença nesse indicador, que era de 5,6 pontos porcentuais a mais para as
mulheres, em comparação com os homens, caiu para 3,4 em 2015. Entre os ocupados
em 2012 (1,270 milhão), elas tinham 46,9% dos postos de trabalho. Em 2015,
47,4%.
Setores
Por
setor, o aumento no nível de ocupação das mulheres (mais 28 mil vagas ou 4,7%)
refletiu em acréscimos em serviços (6,3%) e, em menor intensidade, no comércio
e na reparação de veículos automotores e motocicletas (1%).
Tanto em
2012 quanto em 2015, o setor de serviços é o que abriga a maior porcentagem de
mulheres — 77,9% e 79%, respectivamente. Já em comércio e reparação de veículos
automotores e motocicletas houve queda de 17,3% para 16,7%.
Atividades
de venda e aluguel de imóveis estão dentro do setor de serviços. Administrador
de uma imobiliária com mais de 30 anos, Hiram David conta que, dos 25
funcionários, 20 são mulheres. "Quando fazemos a seleção, avaliamos
igualmente, e as mulheres vêm demonstrando melhor perfil para o que a gente
deseja", explica. De acordo com ele, ao longo do tempo a equipe da empresa
aumentou e, consequentemente, houve acréscimo na participação feminina.
Ana Paula
Souza, de 28 anos, trabalha na imobiliária de Hiram David desde maio de 2015.
"Já atuei em vários campos, e as experiências ajudaram", acredita
ela, formada em administração e aluna de uma pós-graduação em gestão de
pessoas.
Colega de
trabalho de Ana Paula, Viviane Ribeiro, de 38 anos, também entrou para a
empresa do ramo imobiliário no ano passado. Ela trabalha na parte de aluguel de
imóveis e na elaboração de contratos. É fisioterapeuta e já fez cursos
administrativos, mas quer mais. "Planejo me especializar para crescer na
área", conta.
Posição
De acordo
com a pesquisa apresentada nesta quinta-feira (3), a principal forma de
inserção das mulheres no mercado de trabalho é por meio do emprego assalariado,
que representou 70% em 2015. O setor público abrigou 21,1% das mulheres
ocupadas, e o emprego doméstico e a ocupação autônoma representaram 12,8% e
9,9%. Em comparação com 2012, houve aumento de 9,4% de mulheres no emprego
formalizado no setor privado e de 3,4% no trabalho autônomo.
Rendimento
No
período analisado, o rendimento médio real aumentou 3,3% para as mulheres
ocupadas, passando de R$ 2.389 em 2012 para R$ 2.467 em 2015; para os homens, o
crescimento foi de 1,6% — de R$ 3.242 para R$ 3.295. Em relação à posição na
ocupação, a maior desigualdade de rendimentos em 2015 foi observada entre
autônomos, com mulheres recebendo 67,2% do rendimento masculino.
O
levantamento apresentado hoje foi feito pela Secretaria do Trabalho,
Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, pela
Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
Fonte:
Samira Pádua, da Agência Brasília - Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília