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Gim Argello tem R$ 46 mil confiscados

Gim é escoltado por policial federal: investigados ouvidos ontem pela PF tentaram se desvincular do ex-senador

"Sérgio Moro determina o bloqueio de uma conta em nome do ex-senador no Banco do Brasil. Investigados prestam depoimento"

O Banco Central localizou R$ 46.578,06 em uma conta do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), preso esta semana na Operação Lava-Jato sob acusação de cobrar propina de R$ 5,35 milhões para evitar que dois empreiteiros prestassem depoimento nas CPIs da Petrobras de 2014. O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, determinou o confisco do mesmo valor apontado como suborno das contas do ex-parlamentar, das empresas dele e do publicitário Paulo Roxo, também preso, assim como o ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal Valério Neves. Eles foram detidos na 28ª fase do caso, apelidada de “Vitória de Pirro”.

Ontem, Neves e Roxo foram ouvidos na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, quando tentaram se desvincular de Gim. Eles são apontados como operadores do ex-senador no recebimento do dinheiro e repasse a uma igreja e a candidatos de Brasília, como o ex-governador José Roberto Arruda (PR), o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) e a deputada distrital Liliane Roriz (PTB). Em troca, os empreiteiros Léo Pinheiro, da OAS, e Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, ficariam livres de convocação nas duas comissões parlamentares de inquérito do Congresso que investigavam, em 2014, desvios na Petrobras. O dinheiro de Gim estava numa conta do Banco do Brasil. Nas contas de Paulo Roxo no Santander, na Caixa Econômica e no BB, foram encontrados R$ 6 mil.

“Nada sei”
Na tarde de ontem, Valério Neves tentou se desvincular da operação com a UTC e com Gim. De acordo com relato de seu advogado, Adercílio Sebastião Peixoto, o suposto operador do ex-senador não teve envolvimento na origem do dinheiro da UTC. “Uma coisa é acertar a doação, outra é a origem da doação”, declarou o advogado ao Correio.

Segundo ele, Neves “não tem qualquer participação” na escolha de quem receberia os valores da empreiteira. O advogado destacou que o cliente era coordenador da campanha de Arruda e disse que ele não manteve encontros na empreiteira a pedido do ex-senador. “Ele não sabe de situação nenhuma”, disse. “Ele trabalhou na campanha do Arruda. A única coisa é que o Arruda era da coligação do Gim.” O objetivo era apenas “trocar recibos” de eleição com o diretor financeiro da UTC, Wladimir Pinheiro Santana. “Ele não fez reunião com Pessoa. Ele foi uma única vez para trocar recibo, para trocar recibo de doação.”

O depoimento de Paulo Roxo começou no fim da tarde e só terminou à noite. O advogado dele, Daniel Gerber, disse que o publicitário recebeu os recursos a pedido de Gim, mas que não tem responsabilidade por sua origem. “As condições em que foi solicitado o dinheiro não são de competência dele”, afirmou. “Quem solicitou foi o Gim Argello. Ele esteve com o Ricardo Pessoa para indicar onde seria o direcionamento desses valores. E foi até lá acreditando que a solicitação de Gim tenha sido legítima. Caso não tenha sido, esse é um problema exclusivamente de Gim.”

O advogado de Gim, Marcelo Bessa, pediu que fosse procurado no fim do dia, mas, desde então, não atendeu as ligações nem respondeu os recados deixados.

R$ 5,35  milhões
Valor que a Polícia Federal suspeita ter sido repassado a Gim Argello para impedir convocação de empreiteiros em CPIs

PGR contra indiciamento
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação do indiciamento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pela Polícia Federal em um dos inquéritos da Operação Lava-Jato que tramitam na Corte. Em sua decisão, Janot justifica que autoridades com foro privilegiado não podem ser indiciadas pela PF. A senadora leu o documento em plenário nesta quinta-feira. Ao solicitar a suspensão, Janot classificou a ação do delegado Thiago Delabary como inconstitucional. No parecer, ele explica que o indiciamento serve apenas para comunicar alguém que ele é formalmente suspeito.


Fonte: Eduardo Militão – Foto: Dida Sampaio/Estadão – Correio Braziliense

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