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#História » A volta da Rádio Planalto - (Emissora retoma as atividades a partir de 4 de julho)

                    O cantor Jerry Adriani foi uma das atrações de show em 1985

Emissora retoma as atividades a partir de 4 de julho com o objetivo de preencher a lacuna de uma faixa de público, e aposta em uma programação diversificada

A Rádio Planalto, pioneira em Brasília, voltará ao ar a partir de 4 de julho. Uma parceria entre a empresa Brasília Show, de Ricardo Noronha, e o grupo Diários Associados pretende reunir grandes nomes da história do rádio em uma programação diversificada em transmissão AM. A história do rádio em Brasília começou a ser contada na tradicional freqüência ocupada por mais de 45 anos pela Rádio Planalto, desde 1963, e, mais recentemente, pela Super Rádio Clube AM, que assumiu o espaço em julho de 2008.

O diretor das rádios Clube FM e Rádio Planalto, Robson José Dias, espera, com a reunião de nomes conhecidos pelo público, aumentar o número de ouvintes. Em 2012, a programação que fazia parte da Rádio Planalto – agora com o nome de Clube AM – saiu completamente do ar, mas continuou retransmitindo o conteúdo da Clube FM. “Essa parceria com o Ricardo Noronha trará de volta os gigantes do Rádio, 10 comunicadores que fizeram história entre os ouvintes”, diz Rubens.

Segundo Ricardo Noronha, a Rádio Nacional sempre foi muito querida para os radialistas antigos. “Foi ela que revelou muitos de nós. Muitos devem sua história à Rádio Planalto, pioneira, inaugurada no aniversário de Brasília. A rádio tinha grande apoio da população.”
Noronha lembra que o jornalista especializado em cobertura policial, Mário Eugênio, o Gogó das Sete, ganhou notoriedade por meio dos microfones da Rádio Planalto. “Ele era a maior audiência da rádio”, lembra o radialista que conseguiu reunir o time de grandes comunicadores, famosos, na década de 1980, para 24hs de programação diversificada.

“Nosso objetivo é alcançar um público que ficou órfão. Existe uma pesquisa que é triste, pois detecta mais de 80% de rádios desligados. A gente foi procurar saber o motivo e descobrimos que uma das razões, além do avanço das redes sociais, é a ausência da rádio AM. Então, resolvemos retomar com programas para pessoas que gostam do bate-papo do rádio, onde o ouvinte é parte integrante da programação”, destaca Ricardo Noronha, que também estará na grade com o programa de entretenimento Café da Manhã, sempre às 8h30. “Meu programa vai ter bate-papo e muita música. Estamos acreditando muito nessa parceria e quem ganha é Brasília. Estamos felizes de reunir todas essas pessoas. Estamos entregando de volta a Rádio Planalto ao povo”, conclui.

Tradição de grandes festas
         A discoteca da Rádio Planalto tinha cerca de 15 mil discos: acervo eclético

Com uma programação musical eclética e um jornalismo comunitário, a Rádio Planalto FM tornou-se uma referência para os brasilienses ao longo de várias décadas, desde a fundação, em 9 de setembro de 1963, quase que com o início da cidade. Em 1983, chegou a alcançar o índice de 54,21 da preferência dos ouvintes na faixa AM, no horário nobre, das 5 às 19h. E também o primeiro lugar na faixa FM, classes A e B.

Se tornaram célebres também os show que a  emissora promovia para comemorar os aniversários, em palanques armados no Setor de Rádio e Televisão Sul. Amado Batista, Genival Lacerda, Reginaldo Rossi,  Jerry Adriani, Os Filhos de Coromandel, e Chico Rey e Paraná, entre outros, atraíram um público de 10 a 25 mil pessoas. A festa era ao ar livre, com entrada franca, do meio-dia até as 17h, no estacionamento da Rádio Planalto.

A fórmula de sucesso da emissora era simples: música eclética, jornalismo comunitário, interação com os ouvintes e agilidade nas coberturas.  Com um acervo de mais de 15 mil discos, a rádio Planalto oferecia um cardápio musical variado de opções para os ouvintes, desde a música sertaneja até a música pop jovem.

Um dos fatos mais marcantes na história da Rádio Planalto é o de que ter sido a primeira a divulgar a morte do ex-presidente Juscelino Kubistchek e a única a acompanhar todo o funeral, em agosto de 1976, até o Campo da Esperança. Estávamos no fim do regime militar, mas ainda em uma situação tensa. A multidão tomou, por diversas vezes, o caixão das mãos dos bombeiros e gritou: “O povo leva! O povo leva!”.

A Rádio Planalto manteve vários programas de jornalismo bem sucedidos. Um deles era Em cima da hora, comandado pelo radialista Chico Legal, uma das estrelas da Rádio Planalto. De meia em meia hora, de segunda a sábado, Chico Legal transmitia as notícias mais importantes do dia. Outra atração foi o programa  Os Águias da Notícia, criado em 1972. Uma equipe de jornalistas saía em uma Variant e fazia a cobertura de tudo de mais importante acontecia na cidade. A primeira missão era percorrer os principais pontos de escoamento do tráfetgo. A Variant, com a águia pintada no capô, seguia para uma ronda nas delegacias. Na sequência, girava pela cidade e entrava no ar ao vivo na cobertura dos acontecimentos mais importantes ao longo do dia.

O programa Jornal da Manhã mantinha o quadro de maior sucesso na emissora: O Gogó das Sete, de Mário Eugênio, com 15 minutos de duração. Mario fazia a crônica dos fatos policiais da cidade, com o instinto de repórter.

Nos primeiros anos de sua fundação, a emissora manteve uma programação classe A e teve dificuldade em definir uma linha , pois era difícil atender às expectativas e gostos de sulistas, de nordestinos, de mineiros  e outros migrantes da nova capital. Entretanto, com o crescimento da cidade, os diretores optaram por uma programação eclética, que tornou a emissora a mais popular do DF, atingindo todas as classes sociais: “A rádio, para mim, é como um balão colorido, sempre se movimentando, a todo momento tem que atender a todos os tipos de ouvintes”,  dizia Meira Filho, um dos  locutores e diretores da Rádio Planalto.


Fonte: » Vanessa Aquino – Fotos: Geraldo Magela/CB/D.A.Press – F.Gualberto/CB/D.A.Press – Correio Braziliense

4 Comentários

  1. OLÁ SENHORES!
    Muito obrigado pelo seu esquecimento, a mim e ao Grande Meira Filho, professor de todos vocês e meu também, assim como do próprio Mário Eugenio.
    Mas toquemos em frente. Eu era o "Beto Taguatinga” e entrava diariamente com as notícias de Taguá, numa época de ouro desta rádio e em que só se falava com o povo através das nossas páginas do "TG Destaques" no Correio Braziliense, aos domingos, no eterno líder em matéria de jornal no DF; no programa do Mário Eugênio e com as”feras”, Edinho Maia, Ênio Barbosa, Otávio Venturelli, João Marques, Nascimento Filho, José Maria e tantos outros que engrandeceram o nome dos Associados e desta rádio histórica...Agora nem citar o nome deles? Francamente!
    Chega a ser maldade!
    Quanto a mim, não me importo embora eu estivesse lá com ele e o Marão, bem antes que muitos dos aqui citados.

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    1. Porquê vocês não falaram nada sobre o locutor esportivo Paulo cunha !?

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  2. Por que não citaram o "Preguinho" que não deixava ninguém perder hora, com aquela buzina de bicicleta?

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  3. Poderia falar mais sobre o Chico legal programa saudade legal

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