Centro de Dança do Distrito Federal, no Setor
Cultural Norte, fundado em 1993 e desativado em 2013, será entregue à população
no primeiro semestre de 2017. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília
"Grupos de trabalho com governo e sociedade
definirão as diretrizes para quando o espaço for reaberto ao público. Obra está
50% concluída"
Coreógrafos, bailarinos, produtores culturais e
representantes da dança participam ativamente das discussões sobre a gestão do Centro de Dança do
Distrito Federal, no Setor Cultural Norte. Fundado em 1993 e desativado em
2013, ele será entregue à população no primeiro semestre de 2017. Assim que
abrir as portas novamente, a ocupação seguirá diretrizes construídas por meio
de consultas aos mais interessados.
A participação da categoria nas decisões começou em 2015, em conversa
com lideranças. Em 29 de abril, artistas estiveram nas
instalações para avaliar o andamento das obras. O encontro foi
marcado para homenagear o Dia Internacional da Dança, comemorado nessa data.
A ideia do governo foi ampliar o diálogo com a comunidade da dança para
alinhar as expectativas. “Não fizemos distinção entre amadores, profissionais,
produtores, críticos. Queremos que todos deem sua opinião sobre o processo”,
destaca a coordenadora de Formulação de Políticas
Culturais da Secretaria de Cultura, Lívia Frazão.
Em 5 de novembro, a secretaria promoveu um encontro com membros do
setor. “Queremos ampliar a escuta em relação à estética e ao território,
sabemos que o espaço é grande e pode abrigar a categoria”, reforça Lívia. O
centro é composto por cinco salas e um espaço multiuso. Durante a reunião, a
equipe da Secretaria de Cultura avaliou as demandas dos artistas e apresentou
como poderiam tornar viável a ocupação do Centro de Dança.
Representatividade
nas decisões sobre o Centro de Dança
A bailarina Verena Castro, conselheira de dança do Conselho de Cultura
do DF, foi uma das 40 lideranças que participaram do processo. “Nosso objetivo
é que aquele espaço seja apropriado por estilos diversos dentro da dança, que
represente o setor”, diz a brasiliense de 37 anos, que trabalha
profissionalmente com a arte desde 1993.
Ela conta que outra demanda consensual apresentada à secretaria foi a
criação de grupos de trabalho. A equipe, que está com reuniões marcadas para
22, 23 e 24 de novembro, foi dividida em quatro eixos nas seguintes
áreas: multiplicação do conhecimento; pesquisa e
criação; produção, promoção e intercâmbio; gestão e sustentabilidade.
“As temáticas foram propostas pela sociedade e organizadas pela secretaria”,
explica a dançarina.
“Ouvir os profissionais agora é a forma
de criar um perfil para o Centro de Dança, um conceito que represente a
comunidade” - (Marconi Valadares, produtor cultural do DF)
No ramo desde 1989, o produtor cultural Marconi Valadares, de 54 anos,
integra dois grupos de trabalho. O de produção, promoção e intercâmbio, de
acordo com ele, surge como ferramenta para desenvolver projetos de residência
artística e com bailarinos de outros países. “Temos que pensar e fazer a dança para
além do território”, ressalta.
Já o grupo de gestão e sustentabilidade será responsável por propiciar
um dinamismo entre as ideias da sociedade e do governo. “Queremos garantir
acesso às propostas relacionadas ao centro, mas sempre dando prioridade ao
interesse público”, avalia. Valadares cita que uma das possibilidades para o
espaço seria uma parceria público-privada (PPP).
“Ouvir os profissionais agora é a forma de criar um perfil para o Centro
de Dança, um conceito que represente a comunidade”, defende o artista. Radicado
em Brasília desde 1970, ele destaca a importância do local. “Um dos nossos
anseios é que vire um centro de referência, que tenha o primor e qualidade dos
projetos como norte para as atividades que ali ocorram”, deseja.
Reforma do Centro de
Dança
As obras começaram em 7 de dezembro de 2015 e estão 50% concluídas.
Segundo a Secretaria de Cultura, até o fim de novembro, serão finalizadas
as partes hidráulica e elétrica — quase totalmente concluídas—, a colocação de
gesso e o tratamento acústico.
Adequações de acessibilidade estão avançando. Banheiros, lanchonete, e
saguão de entrada recebem novos azulejos. A fachada passa pela troca de
pastilhas. As salas recebem instalação de equipamentos básicos, como barras de
ferro, e aguardam colocação de vidros e de equipamentos de som e luz, que
ocorrerão em outra etapa.
O projeto custará R$ 3.082.984,11 — recursos da Agência de
Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). O valor inicial previsto para a
licitação era de R$ 2.997.547,15, mas a empresa pública liberou crédito
suplementar em 3 de fevereiro.
Equipamentos públicos
que também serão recuperados
Além do Centro de Dança, outros equipamentos culturais são reparados.
Desde setembro, o Espaço Cultural Renato Russo,
na 508 Sul, passa por adequações na estrutura predial, reforma das salas e do
teatro, revisão das redes hidráulica e elétrica, instalação de elevador e
adaptações de acessibilidade. A previsão é que a obra no valor de R$ 5,6
milhões em recursos da Terracap termine em junho de 2017.
De acordo com a Secretaria de Cultura, até dezembro, serão feitos a
licitação para recuperar o Museu de Arte de Brasília (Setor de Hotéis e Turismo
Norte) e o chamamento público para instalar o café do Cine Brasília (106/107
Sul). Hoje, a secretaria faz a recuperação de elevadores e dos aparelhos de ar
condicionado da Biblioteca Nacional de Brasília e do Museu Nacional (Eixo
Monumental). A manutenção dos aparelhos passa por análise jurídica e posterior
procedimento licitatório.
Galeria de Fotos: ( goo.gl/JG0E0F )
Agência Brasília