"As urnas dirão se houve alguma repercussão. A meu ver, seria bom que houvesse, seria salutar", disse o procurador-geral da República, animado com a perspectiva de condenação do núcleo político da Ação Penal 470, formado por José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares; se havia uma dúvida em relação à conexão entre o julgamento e as eleições, ela se dissipou completamente!
247 – Merval Pereira, colunista do jornal O Globo, publicou nesta quinta-feira um texto revelador, em que revela seu temor sobre a postura do ministro Ricardo Lewandowski na sessão desta quinta-feira, no Supremo Tribunal Federal. Se o voto for longo demais, José Dirceu não será condenado antes do próximo domingo, disse Merval.
Eliane Cantanhêde, colunista da Folha, foi também explícita ao conectar o julgamento do mensalão ao processo eleitoral. Segundo ela, Joaquim Barbosa é o maior aliado de José Serra na tentativa de passar para o segundo turno em São Paulo.
Que dois jornalistas façam análises sobre o impacto político de um julgamento, é até natural. Surpreendente mesmo foi a declaração do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando foi perguntado sobre o impacto eleitoral do julgamento. "As urnas dirão se houve alguma repercussão. A meu ver, seria bom que houvesse, seria salutar", disse Roberto Gurgel.
Na prática, quando Gurgel sugere que o eleitor não vote em partidos envolovidos com o caso, como é o caso do PT, equivale a dizer que o Brasil começa a ter uma justiça com viés político.

