(Carlos Magalhães - arquiteto)
IPHAN – PRESERVAÇÃO – PALÁCIO DO BURITI
A reunião foi marcada pelo chefe da Casa Civil, no Palácio do Buriti às 17 horas do dia 6 de março, para tratar da ligação entre o setor hoteleiro Norte e Cultural.
Para a cidade e para o Conjunto Nacional a ligação é importante porque vai resolver um problema antigo, já detectado faz tempo, pelo Dr. Lucio Costa, permitindo a passagem segura de pedestres, que dos hotéis se dirigem ao setor Cultual Norte. Alem disso dobra o número de vagas admitido no estacionamento público. Hoje são 500. Concluído o projeto serão 1.000.
Ganha a cidade e evidentemente o Conjunto Nacional com o seu comercio.
Participavam da reunião os representantes do Conjunto Nacional, o chefe da Casa Civil, Dr. Berger, e os autores do projeto já examinado pelo IPHAN.
Lá pelas tantas a autoridade do chefe da Casa Civil, sem qualquer razão compreensível se apresenta, completa e sem rodeios, atropelando a conversa.
Foi quando falávamos sobre a posição do IPHAN com relação à outra proposta referente ao urbanismo da cidade. O homem foi duro: “Resolvo na conversa ou na porrada,” e citou uma discussão que teve com a autoridade federal sobre os acessos ao eixo rodoviário norte.
Em outro momento naquele fim de tarde o “chefe” foi ainda mais duro e autoritário: “Para o nosso governo (PT) a preservação do Plano Piloto não tem tanta importância”. Se for o caso, comunicamos à UNESCO a decisão de retirar Brasilia da relação das cidades que constituem o Patrimônio Cultural da Humanidade.
Invocamos a questão cultural que envolve a preservação de Brasilia, e certamente será colocada quando o Governo Federal tomar tal decisão. O chefe da Casa Civil, insensível, nos disse que já tinha conversado com a Ministra da Cultura, Martha Suplicy, que na sua avaliação tem grande experiência administrativa e saberá encaminhar a questão junto à UNESCO.
Finalmente, diante do nosso espanto afirmou com a certeza dos poderosos, que a UNESCO, envolvida com falta de recursos e com outros problemas mais sérios, num outro momento, voltará a procurar o governo do DF com mais humildade.
Fiquei perplexo diante da demonstração de insensibilidade, desrespeito e desprezo pela cidade que representa tanto para o Brasil que temos a obrigação de preservar. O projeto da cidade de Brasília, para quem não sabe foi resultado de concurso público, escolhido por júri internacional, tem tanta qualidade que ainda muito jovem foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Carlos Magalhães - Arquiteto - Brasília, 11 de março de 2013
ESTACIONAMENTOS NA ESPLANADA
O projeto que o governo está imaginando para o subsolo do gramado do eixo monumental é fantástico, megalo-maniaco. Tem seis níveis abaixo do gramado. 30 mil vagas para estacionamento, escritórios, lojas,mercados, shoppings e quem sabe vai prever também a transferência da feira do Paraguai e tudo mais que uma cabeça doente e corrupta possa imaginar, para o setor mais importante da nossa cidade. Aqui, a burrice e a corrupção são imbatíveis.
Estou propenso a acreditar que só é possível resolver na porrada, e me sinto passado, velho,para tomar esta atitude. Acredite que nunca estive tão indignado. Examinei o vídeo no escritório de uma grande construtora. É inacreditável. Essa gente deveria ir para a cadeia. Dizem, com a maior satisfação, com o sorriso escancarado, que o projeto vai custar mais de 4 bilhões e meio de reais. Vamos reagir, não podemos deixar que todos pensem que somos um bando de ladrões.
Carlos Magalhães - arquiteto.
IPHAN – PRESERVAÇÃO – PALÁCIO DO BURITI
A reunião foi marcada pelo chefe da Casa Civil, no Palácio do Buriti às 17 horas do dia 6 de março, para tratar da ligação entre o setor hoteleiro Norte e Cultural.
Para a cidade e para o Conjunto Nacional a ligação é importante porque vai resolver um problema antigo, já detectado faz tempo, pelo Dr. Lucio Costa, permitindo a passagem segura de pedestres, que dos hotéis se dirigem ao setor Cultual Norte. Alem disso dobra o número de vagas admitido no estacionamento público. Hoje são 500. Concluído o projeto serão 1.000.
Ganha a cidade e evidentemente o Conjunto Nacional com o seu comercio.
Participavam da reunião os representantes do Conjunto Nacional, o chefe da Casa Civil, Dr. Berger, e os autores do projeto já examinado pelo IPHAN.
Lá pelas tantas a autoridade do chefe da Casa Civil, sem qualquer razão compreensível se apresenta, completa e sem rodeios, atropelando a conversa.
Foi quando falávamos sobre a posição do IPHAN com relação à outra proposta referente ao urbanismo da cidade. O homem foi duro: “Resolvo na conversa ou na porrada,” e citou uma discussão que teve com a autoridade federal sobre os acessos ao eixo rodoviário norte.
Em outro momento naquele fim de tarde o “chefe” foi ainda mais duro e autoritário: “Para o nosso governo (PT) a preservação do Plano Piloto não tem tanta importância”. Se for o caso, comunicamos à UNESCO a decisão de retirar Brasilia da relação das cidades que constituem o Patrimônio Cultural da Humanidade.
Invocamos a questão cultural que envolve a preservação de Brasilia, e certamente será colocada quando o Governo Federal tomar tal decisão. O chefe da Casa Civil, insensível, nos disse que já tinha conversado com a Ministra da Cultura, Martha Suplicy, que na sua avaliação tem grande experiência administrativa e saberá encaminhar a questão junto à UNESCO.
Finalmente, diante do nosso espanto afirmou com a certeza dos poderosos, que a UNESCO, envolvida com falta de recursos e com outros problemas mais sérios, num outro momento, voltará a procurar o governo do DF com mais humildade.
Fiquei perplexo diante da demonstração de insensibilidade, desrespeito e desprezo pela cidade que representa tanto para o Brasil que temos a obrigação de preservar. O projeto da cidade de Brasília, para quem não sabe foi resultado de concurso público, escolhido por júri internacional, tem tanta qualidade que ainda muito jovem foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Carlos Magalhães - Arquiteto - Brasília, 11 de março de 2013
ESTACIONAMENTOS NA ESPLANADA
O projeto que o governo está imaginando para o subsolo do gramado do eixo monumental é fantástico, megalo-maniaco. Tem seis níveis abaixo do gramado. 30 mil vagas para estacionamento, escritórios, lojas,mercados, shoppings e quem sabe vai prever também a transferência da feira do Paraguai e tudo mais que uma cabeça doente e corrupta possa imaginar, para o setor mais importante da nossa cidade. Aqui, a burrice e a corrupção são imbatíveis.
Estou propenso a acreditar que só é possível resolver na porrada, e me sinto passado, velho,para tomar esta atitude. Acredite que nunca estive tão indignado. Examinei o vídeo no escritório de uma grande construtora. É inacreditável. Essa gente deveria ir para a cadeia. Dizem, com a maior satisfação, com o sorriso escancarado, que o projeto vai custar mais de 4 bilhões e meio de reais. Vamos reagir, não podemos deixar que todos pensem que somos um bando de ladrões.
Carlos Magalhães - arquiteto.

