Faltando cerca de 15 meses para a disputa eleitoral de 2014, o quadro no Distrito Federal ainda é incerto. Não se vê nenhum sinal que indique algum acampamento seguro, onde os pretendentes ao posto de mandatário-mor do Palácio do Buriti possam se abrigar. Tudo em volta é só barulho de vozes tentando atrair a atenção do desconfiado eleitor brasiliense. Mesmo com alguns nomes insinuando que está na corrida, somente Agnelo Queiroz (PT) se esforça para chamar a atenção dos passantes.
A turma de Agnelo se esforça ao máximo para mostrar ao distinto eleitor que ele “é o cara certo” para continuar à frente do executivo. Tanto esforço tem como objetivo recuperar, ou melhor, tentar conquistar corações e mentes do brasiliense que havia apostado – e acreditado – no discurso mudancista pós Caixa de Pandora. Mesmo trocando sucessivamente gestores nas cidades administrativas e mudando o marketing de comunicação, Agnelo continua no atoleiro da indiferença dos cidadãos. Para piorar, vê dia a dia a sombra do passado na pessoa de José Roberto Arruda atormentando sua esperança de permanecer na zona de conforto das mordomias do poder. Se não bastasse este pesadelo, ainda tem uma legião de predadores canibalizando seus minguados votos. Estes “predadores” democráticos atendem pelos nomes de senador Rodrigo Rollemberg (PSB), Eliana Pedrosa (PSD), Luiz Pitiman (por enquanto no PMDB), Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do PSol, deputados federal Izalci Lucas (PSDB) e Antônio Reguffe (PDT), empresário Paulo Octávio (em busca de uma legenda onde tenha confiança), Jofran Frejet (PR) e... Joaquim Roriz. Este, uma grande incógnita devido à saúde frágil e pendengas com a justiça. Mesmo assim, terá papel de destaque em qualquer sigla que venha a apoiar.
Esta legião de adversários não vai dar tréguas a Agnelo, principalmente no quesito gestão, em que o governador acumula mais pontos negativos. Soma-se a este caminho tortuoso e cheio de obstáculos a incapacidade de Agnelo em lidar com os aliados. Ele não controla o PT nem tem a base aliada, com isso não consegue construir uma sólida plataforma política e administrativa que o ajude a fixar uma imagem de bom gestor. É neste ponto que o esperto senador Rodrigo Rollemberg vem trabalhando. Sua equipe já está em campo colhendo imagens e depoimentos para elaborar um discurso de contraponto, mostrando à sociedade que é possível fazer bem mais do que foi feito ou que deixou de se fazer no Distrito Federal.
O socialista acredita que haverá duas ou três candidaturas fortes. A dele, liderando parte das forças de esquerda que se decepcionaram com o projeto de Agnelo, uma de centro-direita possivelmente encabeçada pelo vice-governador e presidente do PMDB, Tadeu Filippelli, e a de Agnelo Queiroz. Para o senador Rollemberg, dificilmente o ex-governador José Roberto Arruda sairá candidato. “Ninguém resiste a um bombardeio de uma Oração da Propina ou a imagem do ex-governador recebendo dinheiro de Durval.” Rollemberg tem pesquisas qualitativas em que o brasiliense reconhece a boa gestão de Arruda, mas não votaria nele. De fato, o Jornal Opção já disse várias vezes que o ex-governador teme uma exposição negativa, prejudicando sua família. Outro ponto é a justiça. Ninguém sabe ao certo se os processos aos quais o ex-governador responde vão condená-lo ou absolvê-lo. Nenhum grupo político arrisca somar forças a um candidato com a corda no pescoço.
Sobre a pré-candidatura do governador Eduardo Campos a presidente, Rollemberg é categórico: “Tenho plena convicção e certeza de que o governador Eduardo Campos será candidato a presidente em 2014 e não será vice de ninguém. Quem serão os adversários ou aliados não discuto agora”. Sobre a ida do empresário Vanderlan Cardoso para o PSB, Rollemberg disse que só ouviu elogios sobre ele.
(Wilson Frade- Jornal Opção)