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BRASÍLIA: "BEM-VINDOS à COKELAND?"

Brasília convive há alguns meses com um inusitado elemento na entrada/saída do Aeroporto Internacional de Brasília: um imenso Pórtico vermelho marcado pelo nada sutil perfil de uma garrafa de uma famosa marca de refrigerantes dando as boas-vindas à cidade.
A estrutura assombra quem desembarca na cidade e a primeira impressão que se tem é que Brasília foi vendida no pacote da Copa do Mundo e agora virou um Parque Temático: a COKELAND!
As dimensões do pórtico são realmente de impressionar, com cerca de 12 metros de altura (ou um prédio de 4 andares) e mais de 40 metros de largura. Também de impressionar é o gosto duvidoso da solução adotada, que faz lembrar um martelo (cuja cabeça é a tal garrafa) ou um delírio propagandístico-carnavalesco avermelhado.
Há algo estranho nisso tudo. Dar boas-vindas não é uma prerrogativa da cidade, de seu governo e seus moradores, todos empenhados em receber os visitantes da melhor forma possível? Definitivamente, ceder esse gesto de boas-vindas a uma multinacional é algo constrangedor e muito questionável. É realmente essa empresa que deveria ter a honra de receber os visitantes que vêm conhecer a capital do país?
Após levantarmos o tema pelo Facebook em nossa página parece que a insatisfação generalizada com esse incômodo marco na paisagem estava represada e tomou voz imediatamente. Em poucas horas as manifestações de repúdio se espalharam pela rede a ponto de virarem pauta para o jornal Correio Braziliense (leia aqui).
Em menos de 24 horas a foto do pórtico da Cokeland teve 256 “Curtidas” e 128 comentários. Desses comentários a esmagadora maioria condenou veementemente o pórtico e somente 7 pessoas o defenderam, ainda que com argumentos muito questionáveis e uma visão mercantilista da cidade.
Preciosismo? Radicalismo? Alguns dos (poucos) defensores da extravagância instalada na porta da cidade disseram que é “é apenas um negócio” e que “a empresa está patrocinando e colocou essa estrutura“.
Então é bom todos refletirmos quais são os limites dos negócios feitos com entidades internacionais em nome de eventos passageiros e se “pagar” é sinônimo de relativizar os limites do bom senso e da soberania da cidade sobre seus valores.
Para piorar um pouco as coisas, faz cerca de um mês e meio que a Copa das Confederações acabou e todos esperavam que o constrangimento tivesse fim ao menos por hora, mas segundo a reportagem do Correio Braziliense esse monumento ao mal gosto e ao abuso econômico tem previsão de permanecer até o fim da Copa do Mundo de 2014!
E para quem duvida que em Brasília as coisas andam muito estranhas, vejam como será o Pórtico da capital gaúcha aqui


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