Situações
As explicações
“Quando da eleição passada, em que eu dizia que a lei não poderia retroagir para prejudicar meu cliente, eu era uma voz solitária. Agora a Justiça diz que eu tenho razão e que o governador Roriz poderia ter disputado e até ganho as eleições”, afirma o ainda advogado do ex-governador Joaquim Roriz.
O advogado de José Roberto Arruda, Edson Smaniotto, declara que o ex-governador está na plenitude de seus direitos: “Hoje não há nenhum obstáculo para que ele seja candidato. Não há como prevê a atitude da Justiça em relação as próximas atitudes dos tribunais, mas até o momento ele pode ser candidato ao que ele quiser. Queremos que a Justiça dê celeridade aos processos”.
Aguardando uma posição
O presidente regional do Democratas, Alberto Fraga, garante que será candidato a governador no ano que vem, mas a indecisão causada pela falta de posicionamento de grandes nomes da política local está atrasando a formação de alianças da oposição, que enfrentará Agnelo Queiroz (PT) nas eleições do ano que vem. “A demora dos grandes líderes e a falta de definição deles tem prejudicado o jogo político no Distrito Federal. Estamos buscando unir os partidos de centro-direita e essa demora está prejudicando a formação de alianças para as eleições de 2014”, analisa Fraga.
De acordo com ele, o DEM está próximo de fechar com dois partidos da oposição ao PT: o PSDB, que no âmbito nacional terá como cabeça o senador Aécio Neves e o PR, aliado do governo nos tempos de Lula e que perdeu espaço com a presidente Dilma Rousseff.
Fraga alerta ainda que há partidos que estão prometendo serem independentes nas eleições do ano que, mas que na verdade já estariam fechados com o governo: “O toma lá dá cá é muito grande. Até partidos recém-criados tem espaços enormes dentro do governo”.
Ponto de Vista
O especialista em direito eleitoral Jackson Domênico explica que a situação dos ex-governadores não chega a ser confortável. “Atualmente o Arruda não tem impedimentos técnicos, mas ainda há processos que podem vir a ser julgados em segunda instância”, explica o especialista que decreta: “Hoje ele inteiramente elegível”.
Domênico afirma que a situação de Joaquim Roriz já é um pouco mais complicada. Segundo o especialista, hoje, por conta da renúncia ao cargo de senador, o ex-governador não poderia se candidatar. Ele explica ainda que caso tivesse permanecido e vencido o pleito de 2010, Roriz estaria amparado pela Justiça. “O entendimento do STF foi que a lei não retroagiu apenas para os candidatos de 2010, mas como ele se retirou da disputa a Ficha Limpa não permitirá que ele seja candidato nas eleições do ano que vem. Por isso, outros candidatos que tinham condenações em colegiado puderam assumir após o julgamento do tribunal”, afirma Domênico.
(Suzano Almeida - Jornal de Brasília)