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DF: Novo radar multa 450 em 48h

Ao custo de R$ 2,5 milhões, 30 aparelhos itinerantes adquiridos pela Polícia Militar registram infrações a até 650 metros de distância. Não haverá aviso aos motoristas sobre a presença dos equipamentos, que ficarão nas pistas mais perigosas.
           Policial com o radar no Km 69 da DF-001: PMs foram treinados para operar o                                    equipamento, que armazena informações em cartões de memória.
Por: Camila Costa - Correio Braziliense - 21/02

O monitoramento da velocidade dos veículos nas pistas do Distrito Federal foi intensificado. Trinta radares itinerantes ajudarão na fiscalização dos trechos distritais de maior fluxo e com índices altos de acidentes fatais. Relativamente pequenos, os aparelhos pesam 1,5 kg, cada, capturam fotos por sistema de mira a laser, gravam vídeos digitais coloridos e armazenam tudo dentro de um cartão de memória com espaço para quatro arquivos. Podem ser usados no automático ou de forma manual, e a novidade é a possibilidade de registrar a infração até 650 metros de distância. Em apenas dois dias nas ruas, os novos radares registraram 450 multas por excesso de velocidade. 

As 30 unidades do aparelho custaram R$ 2,5 milhões e foram distribuídas entre o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) — cinco unidades —, o Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv) — 10 — e os demais grupamentos de fiscalização da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O plano inicial é monitorar rodovias distritais apontadas pelas estatísticas como as vias mais perigosas, com o maior número de mortes. Na lista, estão a DF-001, trecho entre o balão do Colorado e Brazlândia; a DF-003, entre o balão do Colorado e o Gama; a DF-002, que são os eixões Sul e Norte; e, por fim, a DF-180, via que liga Samambaia a Santo Antônio do Descoberto (GO). Juntas, essas rodovias registraram 43 mortes no ano passado.

Ontem à tarde, foi a vez de o Km 69 da DF-001 ser monitorado. O aparelho foi instalado por volta das 14h e deveria ficar no local por três horas. As vias, os quilômetros e os horários que serão fiscalizados são decididos em um planejamento diário. A intenção é pegar desprevenidos os motoristas que desrespeitam o limite de velocidade da via. Segundo a PMDF, não existe aviso ao longo da pista sobre o radar móvel, porque a fiscalização está amparada pela lei que exige apenas a placa que regulamenta a velocidade do trecho. “O maior objetivo é resguardar o bem maior, que é a vida. Temos pardais fixos nestas vias, mas, com o radar itinerante, a fiscalização será mais eficaz, na tentativa de diminuir os números de acidentes fatais”, explicou o major Eduardo Condi, subcomandante do BPRv.

Adaptação
Os militares que trabalham com o equipamento tiveram de passar por treinamento. A primeira etapa foi no segundo semestre de 2013, com atualização em janeiro deste ano. Cada aparelho terá uma guarnição de dois militares. Os policiais ainda se adaptam ao novo equipamento. “Toda coisa nova gera uma certa dificuldade, mas, com o uso diário, a gente vai se acostumando e eliminando essas questões. O sistema é muito bom, de alta tecnologia e vai ajudar no trabalho”, contou o sargento Eliseu Moreira Silva, responsável pelo grupo de fiscalização do Km 69 da DF-001.

O próximo passo da PMDF é levar o mesmo tipo de fiscalização para as vias de grande movimento diário, como a Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Serão multados motoristas e motociclistas que trafegarem acima da velocidade da via, na faixa exclusiva e no acostamento. Para o aposentado Serafim Neto, 50 anos, se o objetivo for trazer segurança, o monitoramento será bem-vindo. “Não pode ser apenas para notificar o condutor. Se for assim, não vale a pena. Tem que estar voltado para o bem e a segurança do cidadão”, defendeu o motorista. 

A cozinheira Ivoneide de Paula Rodrigues, 47, admite que tem o hábito de frear apenas perto ou em cima dos pardais. Ela reconhece o perigo e acha que os novos radares podem ajudar a mudar o comportamento dela e de condutores que fazem a mesma coisa. “Agir assim é perigoso, pode causar acidentes, e nós temos que obedecer à velocidade da via. Sem saber onde estão os radares, pode ser uma forma de mudar”, observou. 

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