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O BRASIL NAS RUAS: COM TERNURA E TRUCULÊNCIA NO MUNDIAL

Dilma pede para a população receber bem os estrangeiros na Copa e ressalta que o evento terá uma segurança pesada.
Protesto contra a realização do mundial de futebol, em março, em São Paulo: violência assusta o governo.
Com temor de um repeteco do desgaste sofrido em junho do ano passado durante a disputa da Copa das Confederações, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo aos brasileiros para que a ajudem a fazer a Copa do Mundo e recebam bem os estrangeiros. “Tenho certeza de que nosso povo é simpático, caloroso e gentil. Podemos dar um show de recepção”, destacou, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Nas entrelinhas, a presidente mira na contenção das manifestações. No discurso, ela ressaltou que o governo não pactuará com qualquer violência e garantiu que o evento contará com um forte esquema de segurança.

A ofensiva foi lançada pela presidente após as pessoas terem ido às ruas exigir melhores condições de vida em junho. Na época, as manifestações, que também questionavam o alto custo da Copa, tiveram um forte impacto na avaliação do governo. A popularidade de Dilma despencou e até hoje ela não conseguiu se recuperar ao patamar de antes da Copa das Confederações. A ideia é evitar cenas de jovens nas ruas em embates com a polícia tanto em protestos, que, embora menores, continuam a tomar as ruas, quanto em rolezinhos. “Não há a menor hipótese de o governo federal pactuar com qualquer tipo de violência. Nós não deixaremos, em hipótese alguma, a Copa ser contaminada”, resumiu.

Uma das preocupações do Planalto é que o evento fique manchado por falta de proteção aos turistas, torcedores e chefes de delegações. Em razão disso, a presidente mencionou que a Copa implica também um aperfeiçoamento da segurança. “Nós botaremos segurança pesada na Copa. As nossas Forças Armadas participarão, em caráter dissuasório, em toda retaguarda, e também na contenção”, destacou, ao mencionar que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal também participarão da força tarefa. Os shoppings vão seguir o mesmo caminho do governo federal e aumentar o investimento em 20% e 30% na Copa do Mundo. De acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), a decisão foi motivada pela possível ocorrência de manifestações.

Legado



Em defesa do evento, a presidente também aproveitou a ocasião para repetir o discurso que o governo tem usado com os movimentos sociais para comprovar a relevância da Copa para o desenvolvimento do país. Assim como tem feito o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, em visita aos estados, Dilma disse que os investimentos não são apenas para o mundial de futebol. “A Copa é uma responsabilidade do governo federal. Nós não descartamos a nossa responsabilidade não, mas eu gostaria muito que todos os brasileiros ajudassem a gente a receber e lembrar sempre o seguinte: a gente, quando vai dar uma festa, limpa a casa, arruma direitinho. Agora, tudo que a gente arrumar na casa fica depois para nós, é a mesma coisa com a Copa”, disse.

Votação é adiada

O Senado adiou a apreciação do projeto de lei sobre o crime de vandalismo. A matéria em caráter terminativo estava prevista para ser analisada ontem na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), mas acabou ficando fora da pauta. Originalmente, a proposta tipifica o crime e estabelece penalidades. O substitutivo do senador Pedro Taques (PDT-MT), porém, propõe que a matéria altere o Código Penal. A proposta do senador de Mato Grosso aumenta as penas para crimes cometidos nas manifestações populares ou onde há concentração de pessoas. Pelo texto, o uso de máscaras é considerado um agravante.



Por: Grasielle Castro - Correio Braziliense - Correio Braziliense - 17/04/2014

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