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#VAITRABALHARDEPUTADO » ATO EM DEFESA DA LIBERDADE DOS PETS

Projeto aprovado pela Câmara Legislativa que proíbe circulação de cães em parques e obriga uso de focinheira até para os de pequeno porte provoca reação nas redes sociais. Brasilienses marcam manifestação para o dia 26. Objetivo é convencer o governador Agnelo a vetar a proposta.
Bruna Borges e o namorado, Alexandre Verlage, com o golden retriever Valentim: "Tenho 10 cachorros. Todos de grande porte e dóceis".

Com a aprovação do projeto de lei que proíbe a circulação de cães em áreas comuns de parques, muitos brasilienses decidiram reagir. Os donos de cachorros começaram a se movimentar nas redes sociais, para uma manifestação pelo veto da proposta aprovada nesta semana pela Câmara Legislativa. A ideia é fazer uma “cãominhada” no Parque da Cidade, no próximo dia 26. Pela internet, mais de 600 pessoas confirmaram presença no evento, que convida todos a levarem seus pets para protestar. Uma petição on-line, pedindo que o governador Agnelo Queiroz rejeite o texto, de autoria da ex-deputada Luzia de Paula (PEN), conta com 1,2 mil assinaturas.

Para a empresária Bruna Borges, 26 anos, o projeto não só restringe a circulação de cães de maneira arbitrária, como é uma forma de proibir que certos animais entrem nos parques, de qualquer maneira. “Fiquei horrorizada. O mais absurdo é que o projeto deixa claro que os cachorros, independentemente de raça e do tamanho, têm que usar focinheira. Existem raças do focinho achatado, como buldogues, puggys e shih-tzus, por exemplo. É impossível colocar a focinheira neles, então eles ficam completamente proibidos de passear nos parques”, reclama.

Bruna tem dez cachorros, todos de porte grande, como o golden retriever Valentim. Ela conta que eles nunca atacaram e que eles fazem cinoterapia: visitas a creches, orfanatos, asilos, hospitais, para que as pessoas convivam com os animais. “Para participar desse projeto, todos são avaliados rigorosamente, e os dez passaram. Se você tem um cachorro que pode ser agressivo, tem que ter mais cuidado com ele. Usar focinheira, guias, adestramento. E, se o cachorro é bravo, a culpa é do humano, que não fez uma socialização ideal para ele”, opina.

O criador da “cãominhada” é o servidor público Bruno Tempesta, 39 anos. Ele tem dois golden retrievers, Nalu e Bili, e vai ao Parque da Cidade diariamente para se exercitar com os pets. Para ele, o absurdo é que os animais ficam proibidos de circular, mas pessoas   usam o Parque para consumir drogas, por exemplo. “Não é uma medida de posse responsável, de manter o cão limpo e saudável para melhor convivência com os outros. Eu não posso caminhar com os meus cachorros?”, aponta.

A movimentação sensibilizou o diretor do Parque da Cidade, Paulo Dubois. Ele acredita que o projeto tem de ser mais bem discutido com a sociedade para que se chegue a um acordo que não prejudique os usuários dos parques. “Acredito plenamente na boa intenção do projeto, mas entendo que este tem que ser modificado e readequado. O que percebo na minha experiência aqui é que tem pessoas que necessitam do animal por uma questão de companhia e qualidade de vida. Por outro lado, temos aqueles que têm aversão aos animais. É possível conviver, com regras”, comenta.

Na justificativa do projeto, Luzia de Paula aponta que a ideia é proteger melhor as pessoas que frequentam os parques. Ela cita “notícias dando conta de cães que atacaram pessoas no interior dos parques públicos, sobretudo no Parque da Cidade”. Segundo Dubois, nos três anos que ele esteve na gestão do lugar, nenhum cão doméstico atacou ninguém: houve raros casos isolados de cães de rua que ficaram agressivos.


Por: Clara Campoli - Correio Braziliense - 18/04/2014

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