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Rio Branco, o barão anão

De gigante, “deitado eternamente em berço esplêndido”, a anão diplomático foi um pulo. Bastou uma dúzia de anos para reduzir a Casa de Rio Branco em lar de anões diplomáticos. 
Com todo respeito aos anões de verdade, a expressão usada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel para definir o papel do Brasil nos acordos internacionais resume e sintetiza, com fidelidade, a atual fase por que passa o Itamaraty. 

Aparelhado e esvaziado de suas funções originais, o Itamaraty vive hoje, seguramente, um dos piores momentos de toda a sua história. Obrigado a seguir as orientações ideológicas fixadas na cartilha petista e tendo como chanceler de fato o belicoso Marco Aurélio Garcia, nosso Ministério das Relações Exteriores, outrora orgulho da raça, segue dando vexame mundo afora. 

A lista de desatinos é grande, mas não para de crescer. Celso Amorim cunhou a expressão “nosso guia” em referência ao então presidente Lula. A expressão, muito mais do que uma bajulação sabuja, resumiria com exatidão os novos caminhos a ser trilhados pela diplomacia brasileira. 

Tomado pelo braço, feito cego, o MRE sofreu uma espécie de abdução temporária, passando a desmanchar sua reputação centenária aos olhos do mundo. Ao condenar o morticínio de civis na Palestina pelas forças de Israel, no que estava correto, o Itamaraty omitiu o fato de que o Hamas estava utilizando a população como escudo humano para lançar foguetes contra o Estado Judeu. 

Ao escolher, preferencialmente, um dos lados do conflito, nossa diplomacia passou a compor parte do problema, abrindo mão de protagonizar papel mais relevante e útil na busca da paz naquela região. Mahatma Gandhi costumava dizer que o justiçamento do olho por olho levará o mundo inteiro para a cegueira total.


Por: Ari Cunha - Correio Braziliense - 27/07/2014

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