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#FESTIVAL » Diamantina (MG), cidade natal de JK, homenageia ex-presidente

          Redação feita por estudante de 13 anos emociona filha do ex-presidente

No próximo dia 12, o idealizador de Brasília completaria 112 anos

Morto há 38 anos, JK é homenageado em festival na cidade onde nasceu, em Minas Gerais. Redação feita por uma estudante de 13 anos emociona filha do ex-presidente

Em 7 de agosto de 1976, uma notícia tomou conta do país: Juscelino Kubitschek morreu em um acidente de trânsito. Desesperados, amigos e jornalistas se dirigiam até a Fazenda JK, em Luziânia (GO). O local, à época, não tinha telefone. O ex-presidente estava vivo e, em relação ao boato, dizia: “Estão querendo me matar, mas ainda não conseguiram”. Infelizmente, duas semanas depois, no fim da tarde de 22 de agosto, uma nova notícia da morte de JK voltou a circular. Desta vez, era verdade. E ocorreu poucos dias antes de ele completar 74 anos, em um trágico acidente no Km 165 da Via Dutra, quando viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro.
Passados 38 anos, Juscelino Kubitschek continua vivo na memória dos brasileiros. Prova disso foi o 1º Festival Cultural JK, realizado no mês passado, em Diamantina (MG), onde o idealizador de Brasília nasceu. O evento foi desenvolvido pela Casa de Juscelino, em parceria com a prefeitura do município.

A Casa de Juscelino, em Diamantina (MG), pretende continuar com o Festival Cultural nos próximos anos

O presidente da Casa e amigo de JK, Serafim Jardim, lembra que, em 9 de agosto de 1976, 13 dias antes do fatídico acidente, Juscelino pediu que o amigo adquirisse a casa onde viveu. Com a morte de JK, Serafim concretizou desejo. Depois de conseguir a desapropriação, o imóvel foi restaurado e, hoje, possui um anexo ao fundo, onde funciona a Casa de Juscelino. No local, há biblioteca, consultório médico, uma sala em homenagem a Sarah Kubitschek — esposa de JK — e auditório, onde são apresentados documentários sobre a vida do ex-presidente.

O evento que reuniu moradores da região teve palestras, oficinas de artesanatos, saraus e show. Dentro da programação, havia um concurso de redação, com o tema “O que você tem a dizer sobre JK”. Participaram alunos do 9º ano de todas as escolas estaduais. A vencedora do concurso foi a estudante Gabriela Cristina Cosme Sales, 13 anos, da Escola Estadual Profª Ayna Sales, de Diamantina (veja o texto ao lado).

De acordo com Serafim Jardim, a Casa de Juscelino tem como objetivo continuar com o festival nos próximos anos. “Por incrível que pareça, a cultura no Brasil não é olhada como deveria ser. E, apesar de estarmos em uma situação muito difícil financeiramente, nós decidimos fazer este festival. Pretendemos continuar ampliando mais ainda”, comenta.

Emoção

A redação emocionou Maria Estela Lemos Kubitschek de Oliveira, 71 anos, filha de JK e presidente de honra da Casa, que não poupou elogios para agradecer a estudante: “Fiquei extremamente emocionada. Saber que uma criança, que não conheceu e nem viveu com papai, escreveu com tanto sentimento, com tanta saudade. Com o português perfeito. Ela escreveu tudo o que eu gostaria de ter escrito”, elogiou. 

A filha de JK não pôde estar presente durante o festival, mas pretende conhecer a estudante no próximo dia 12, quando Juscelino Kubitschek completaria 112 anos. “Quero dar um beijo muito especial na Gabriela e agradecê-la pelo poema que tanto me emocionou”, complementou.

Homenagem a JK

Grandes coisas fez JK, quantos avanços trouxe à sociedade: energia, transportes e famosas marcas automotivas. Mas a maior de todas as coisas feitas pelo presidente foram seus ideais, formados em vida, mas que permanecem anos após a morte. E nos dias de hoje, quem me dera se… todos fossem JK.

Que faria hoje JK?

Quais problemas resolveria?
Escolha na nossa grande bandeja.
Quem poderia nos libertar?
Sairia nas ruas para protestar
Ou seria um país cheio de certezas?
Socorreria-nos dos ônibus queimados;
Das chamas ardentes da corrupção?
Abaixaria o preço do que é necessário,
Apagaria o calor da inflação?
Quantas coisas fez JK!
Transportes, energia, nossa história
Devemos à você!
Continências ao tenente coronel,
De tantas vitórias!
Que hoje não posso ver!
Diamantina, onde está?
Seu nascimento foi esquecido?
Fizeram o zum-zum-zum parar?
Suas lutas perderam o sentido?
Com seu sangue derramado,
Perdeu-se também “ordem e progresso”?
Reviva JK! Sua política, seu sucesso.
Cinquenta anos em cinco
O que fez, ninguém repetiu!
Quem me dera eu na sua época
Ou você na minha. Época de descobertas!
Tua Brasília fecha os olhos pra mim
Tranco-me no quarto-Minas e choro sozinha.
Porque abandonou sua terra.
Deixou seu jequitinhonha chorar?
Que saudades deixou. Quem me dera se hoje em dia,
Todos fossem JK!

Gabriela Cristina Cosme Sales, 13 anos, aluna da Escola Estadual Profª Ayna Sales

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Fonte : Correio Braziliense - 22/08/2014

1 Comentários

  1. Juscelino Kubitschek morreu dia 22 de agosto de 1976 a tarde

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