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Rollemberg rejeita pressão

Na entrevista ao Jornal Local 2ª Edição, senador promete transparência na relação com os deputados distritais. Se houve cobrança, afirma que a população vai saber. Também vê com simpatia os estacionamentos subterrâneos na cidade.

Por: Almiro Marcos - Correio Braziliense - 25/10/2014.

"A população vai saber tudo o que está acontecendo. E, caso os deputados façam algum tipo de pressão ilegítima, a população vai saber. Estou confiante que as pessoas e os distritais sabem que o Brasil mudou"

Transparência. Essa foi a palavra de ordem de entrevista de Rodrigo Rollemberg, candidato ao Palácio do Buriti pelo PSB, ontem, no Jornal Local 2ª Edição, no qual respondeu a questões de jornalistas da TV Brasília e do Correio Braziliense. O senador destacou que uma das primeiras medidas adotadas, caso seja eleito, será justamente tornar a gestão pública mais transparente. Ele disse que criará um conselho, formado por entidades da sociedade civil organizada — como o Contas Abertas —, para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Nesse sentido, também pretende tornar público o acesso aos dados do Orçamento e dos contratos em execução pelo governo. “Vamos colocar painéis, espalhados pela cidade, como na Rodoviária, onde constarão todos os contratos feitos pelo GDF, qual é a empresa contratada, qual é o tipo de serviço e quanto ela recebe”, garantiu. Foi a segunda vez, no segundo turno, que ele e seu concorrente, Jofran Frejat (PR), participaram da sabatina dos veículos dos Diários Associados.

Outro ponto destacado por Rollemberg sobre uma provável administração pública feita às claras no governo está ligado com a relação entre Executivo e Legislativo. Historicamente, no DF, os governos conquistaram apoio na Câmara Legislativa com a distribuição de cargos na estrutura administrativa — especialmente em secretarias e administrações regionais. O socialista disse que vai acabar com isso, mas, caso seja cobrado pelos distritais, garante que vai trazer à luz essa pressão. “Vou dar transparência. A população vai saber tudo o que está acontecendo. E, caso os deputados façam algum tipo de pressão ilegítima, a população vai saber. Estou confiante que as pessoas e os distritais sabem que o Brasil mudou. As manifestações do ano passado deram um recado claro. As pessoas não querem mais essas relações políticas”, falou.

O candidato ao GDF também destacou que pretende repensar os instrumentos urbanísticos que atualmente tramitam pela Câmara Legislativa do DF: o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) e a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos). No entanto, não esclareceu se pretende retirar do Legislativo as duas propostas que tanto desgaste trouxeram ao atual governo — em especial o PPCub. “Precisamos debater com cuidado e ver os melhores instrumentos para a preservação do conjunto urbanístico tombado e para o desenvolvimento ordenado do Distrito Federal”, reforçou. Ele também anunciou a recriação do Instituto de Planejamento Territorial e disse ter simpatia pela ideia de criação de estacionamentos subterrâneos em Brasília. “Desde que não afete a área tombada nem utilize recursos públicos”, acrescentou.

Diálogo
Mais uma vez, Rollemberg prometeu uma nova maneira de governar. Ele entende que a participação popular será fundamental em uma eventual administração. “As medidas importantes que formos adotar serão discutidas com a população”, avisou. O socialista pensa que uma das grandes experiências que trouxe da atual campanha foi que um governador precisa saber ouvir o que os moradores têm a falar e quais são as reivindicações. “Nós vamos ter um diálogo permanente com a população, com os servidores públicos e com os segmentos da sociedade. Isso tudo, no sentido de construir as melhores alternativas”, argumentou.

A regularização fundiária também foi abordada. O candidato ao governo lembrou que, em algumas cidades, até 70% dos moradores não têm escrituras e que isso traz muita insegurança para as famílias. Ele também destacou a importância de resolver o problema de documentação dos condomínios. Por outro lado, lembrou que é essencial não permitir novas ocupações. “Vamos criar uma central de controle em tempo real, utilizando os mais modernos instrumentos de tecnologia, para poder acompanhar o início de qualquer ocupação irregular, para atuar na origem. Porque a gente sabe que, depois que se implanta um núcleo habitacional, é impossível retirar”, frisou.

TEMAS NA PAUTA
Primeiro ato“Nossas primeiras medidas serão no sentido de dar transparência à administração. Vamos criar um conselho de transparência com a participação de entidades da sociedade, como o Contas Abertas. Vamos também abrir a senha do Orçamento para que qualquer cidadão possa acompanhar a execução orçamentária. Também colocaremos painéis espalhados por locais de grande movimentação, como a Rodoviária, com dados de todos os contratos públicos, convênios e pagamentos feitos pelo GDF. Vamos ainda encaminhar um conjunto de propostas à Câmara Legislativa para garantir o combate à burocracia.”

PPCub e Luos
“PPCub e Luos são dois instrumentos de importância, tanto para a preservação do conjunto urbanístico tombado quanto para o desenvolvimento ordenado do DF. Vamos discutir esses pontos profundamente com a cidade, com os segmentos organizados, ouvir as instituições técnicas, como UnB, IAB e Iphan, para ver quais são os melhores instrumentos.”

Estacionamento subterrâneo

“Tenho simpatia pela proposta, desde que não envolva recursos públicos e sem afetar a preservação do conjunto urbanístico. Ouviremos instituições técnicas e população sobre isso. Aprendi, neste processo eleitoral, que a maior sabedoria de um governador é saber ouvir. Nós vamos ter um diálogo permanente com a população, com os servidores públicos e os segmentos da sociedade para construir as melhores alternativas.”

Regularização fundiária

“Estive no Paranoá e São Sebastião hoje (ontem) mesmo. Nessas cidades, e mais o Itapoã, 70% dos moradores não têm escrituras. Coisa semelhante acontece em Planaltina, Sobradinho, Riacho Fundo e Santa Maria. É um problema em todo o DF, nos locais antigos e mais novos, como Sol Nascente, Pôr do Sol e Porto Rico. É importante que o DF passe a viver num ambiente de legalidade. Já na primeira semana do nosso governo, vamos convocar Terracap, Ibram, CEB e Caesb e dar determinação para tomar todas as providências para que possamos virar logo essa página e regularizar os condomínios. Se for preciso, vamos fazer ações declaratórias sobre o que é público e privado. Vamos recriar o Instituto de Planejamento Territorial para ordenar o crescimento.”

Cobranças de deputados

“A população vai saber o que está acontecendo. Se os deputados fizerem qualquer tipo de pressão ilegítima, a população vai saber. Estou confiante que as pessoas e os distritais sabem que o Brasil mudou. As manifestações de junho do ano passado deram um recado claro. As pessoas não querem mais essas relações políticas. Existirá, sim, o reconhecimento de um parlamentar que ajudou a buscar recursos para um hospital, para determinada solução de mobilidade urbana. Vamos valorizar o trabalho parlamentar. Mas não vamos permitir o loteamento da máquina pública.”

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