Moradores da superquadra temem a proliferação de doenças com aumento da população de roedores nas imediações do Bloco J.A Gerência de Controle de Zoonoses estima que haja cerca de 8,5 milhões de indivíduos espalhados pelo Distrito Federal
Por: Isa Stacciarini - Correio Braziliense
Publicação: 28/11/2014
Segundo a Zoonoses, evitar jogar alimentos e lixo no chão é uma das medidas para conter o aumento dos ratos |
Uma infestação de ratos tem tirado o sossego dos moradores da Asa Sul. Na SQS 307, especialmente atrás do Bloco J, em frente à W2, troncos de árvores se transformaram em tocas de ratazanas. Os roedores correm na área verde e brigam por comida. Eles costumam sair de cada um dos quatro ninhos pela manhã, ainda cedo, àprocura de comida, ou no fim da tarde. A cena causa asco à vizinhança e a quem passa pela rua. A proliferação dos bichos é tanta que as pessoas estimam que há pelo menos 60 animais no local.
“Em época de chuva, as galerias pluviais começam a encher, ocorre alagamento da rede subterrânea, e as ratazanas tendem a vir para a superfície. Por isso, há três semanas o número de demandas triplicou”, explica o chefe do Núcleo de Animais Sinantrópicos e Silvestres da Zoonoses, Ivanildo de Oliveira Correia Santos.
Restos de plantas mortas, contêineres de lixo, entulho, restos de materiais de construção e alimentos espalhados pelo chão atraem os animais. Mas a situação piorou nos últimos quatro anos, segundo os moradores. O tronco e as raízes de uma árvore cortada não foram retirados do local, onde uma moradora plantou um pé de bouganville e, desde então, o antigo caule se transformou em reduto de ratazanas. Outro ponto com presença de tocas dos bichos é a base da planta ora-pro-nobis, em frente ao bouganville.
As ratazanas saem do espaço, andam pelos fundos da quadra residencial, passam por valas no prédio e assustam moradores. Em dias ensolarados, os ratos ficam alvoroçados. No período chuvoso, eles se encondem. A consultora de organizações, Daisy Cadaval, 67 anos, sente-se incomodada com a presença dos roedores. Moradora da 307 Sul, há 30 anos, ela se preocupa com a possibilidade de transmissão de doenças. “Os ratos são vetores de doença e conviver com os animais no fundo de casa assusta. Caminho por esse local todos os dias para fazer ginástica e a gente vê as ratazanas pulando a céu aberto. O problema está generalizado e precisa ser um item de política pública”, alerta.
Na tarde de quarta-feira, Veltz Capone, 50 anos, filmou o momento em que os ratos saíam da toca. Os animais passavam de um ponto a outro e procuravam por comida. Morador do bloco há 8 anos, ele cuida do espaço e já comprou até veneno para amenizar a situação. O vendedor autônomo, no entanto, diz que procurou a Zoonoses há cinco meses, mas nenhuma providência teria sido tomada. “Ter esses bichos tão próximos da gente é um risco, principalmente por eles serem transmissor da lepitospirose. Minha mãe plantou o bouganville aqui, mas o que atrai as ratazanas é o lixo. Nós cuidamos do espaço, até tentando combater a presença dos animais, mas eles se proliferam. Até hoje a Zoonoses não veio aqui”, lamenta.
População
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que a população de ratos seja três vezes maior do que a do DF, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chega a 2,85 milhões de pessoas. Assim, a Gerência de Controle de Zoonoses prevê que a capital federal abriga quase 8,5 milhões de roedores. A vida média dos bichos é de dois anos e a gestação de uma fêmea costuma durar 23 dias. Elas dão a luz entre 7 a 12 filhotes.
Ivanildo Santos desconhece a chamada dos moradores. O médico veterinário conta que o único chamado da 307 Sul foi em 21 de novembro. “Em um raio de aproximadamente 50 metros, há um lixo mal condicionado que serve de alimento para os ratos”, explica.
Após o acionamento da Zoonoses, servidores são encaminhados ao local e avaliam se há necessidade de controle químico por meio da desratização. “Não há como extinguir os ratos, mas é possível controlar. Os humanos costumam alimentar pombos, gatos e cães abandonados, além de jogarem lixo no chão, o que atrai os bichos”, ressalta.
Dicas
Para evitar a presença de ratos:
1- Separe o lixo corretamente e dê a destinação adequada para resíduos sólidos e orgânicos. As sacolas devemj ser descartadas em lixeiras bem tampadas
2- Não deixe sacos de lixo abertos e cuide da limpeza ao redor das residências
3- Alimentos e materiais em geral precisam ser bem vedados e mantidos distantes do chão e de paredes. Tampas amassadas, rachadas ou quebradas devem ser substituídas
4- Tape buracos e frestas em paredes, telhados e portas. Evite deixar ralos abertos
5- Procure profissionais para fazer antirratização e dedetização
6- Evite alimentar gatos e cachorros de rua, porque a sobra de comida
atrai os roedores
Para informações e problemas de roedores em área pública, acione a Zoonoses, embora o órgão não faça controle de pragas em área privada, como residências e estabelecimentos próprios. O telefone é 3343-8804
1- Separe o lixo corretamente e dê a destinação adequada para resíduos sólidos e orgânicos. As sacolas devemj ser descartadas em lixeiras bem tampadas
2- Não deixe sacos de lixo abertos e cuide da limpeza ao redor das residências
3- Alimentos e materiais em geral precisam ser bem vedados e mantidos distantes do chão e de paredes. Tampas amassadas, rachadas ou quebradas devem ser substituídas
4- Tape buracos e frestas em paredes, telhados e portas. Evite deixar ralos abertos
5- Procure profissionais para fazer antirratização e dedetização
6- Evite alimentar gatos e cachorros de rua, porque a sobra de comida
atrai os roedores
Para informações e problemas de roedores em área pública, acione a Zoonoses, embora o órgão não faça controle de pragas em área privada, como residências e estabelecimentos próprios. O telefone é 3343-8804
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Escorpiões voltam a atacar
Por: Maryna Lacerda - Correio Braziliense
Publicação: 28/11/2014
Marcus Vinícius e a síndica Ione Bezerra exibem os animais achados |
Com o início do período de chuvas, os escorpiões saem dos encanamentos em busca de abrigo. A cheia das galerias pluviais empurra os animais para dentro das casas e, não raro, torna-os visitantes indesejados em apartamentos. Somente neste ano, a Divisão de Vigilância Ambiental (Divisa), da Secretaria de Saúde, registrou 1.168 solicitações de inspeção por causa do aparecimento de animais da espécie. O combate à presa deles — as baratas — é a maneira mais eficaz de afastá-los de residências e comércios.
Os escorpiões costumam entrar por meio de ralos sem tela de proteção, a exemplo do que aconteceu com a aposentada Marialva Rosa Batista de Souza, 58 anos, picada no dedo do pé direito, no último domingo, na CNB 11 em Taguatinga Centro. O filho dela, Marcus Vinícius Batista de Souza, 30, conta que só um dos banheiros da casa tem ralo com fechamento mecânico. “No que ela estava, não tinha. Essa foi a primeira vez que vimos um escorpião em casa e nos surpreendeu ele subir cinco andares pelo encanamento”, diz o engenheiro ambiental. A aposentada foi internada na segunda-feira e teve alta dois dias depois.
No condomínio em que a família mora, na CNB 11, outros exemplares também apareceram, todos da espécie Tityus serrulatus, conhecida como escorpião-amarelo. “Como a rede é interligada, não basta cuidarmos do nosso encanamento, temos que contar com o cuidado dos vizinhos”, afirma a síndica Ione Bezerra Simplício Barra.
O controle dos escorpiões é feito por meio da eliminação das baratas, explica o biólogo da Divisa Israel Morais. “O controle químico não se mostra tão eficiente. Funciona bem em laboratório, mas em ambientes, as medidas preventivas, como a vedação de portas e ralos, são mais indicadas.”