A decisão do líder americano corrige uma sequência de erros históricos e coloca uma pá de cal na Guerra Fria, encerrando mais de meio século de hostilidades e equívocos de parte a parte.
Curiosamente, a decisão de dar esse primeiro passo partiu do governo americano e não da ditadura cubana que, além das milhares de mortes e prisões de dissidentes que tem sobre suas costas, arrastou a ilha para o beco sem saída da falência econômica e da decadência generalizada. Distante apenas 150km da costa americana ou 18 minutos de voo, o reatamento foi comemorado imediatamente nas ruas de Havana, numa prova de que o povo cubano, contrariamente aos esquerdistas da América Latina, querem se ver livres, o quanto antes, daquele tipo de regime.
Apanhados de surpresa, durante a reunião de cúpula do Mercosul, os principais dirigentes do bloco trataram logo de improvisar discursos para esconder a surpresa e o desalento com o fim do mote de suas pregações. Para o esmorecimento dessa turma do passado, há quem anteveja que, num futuro próximo, Cuba terá status político semelhante ao que desfruta hoje as ilhas de Porto Rico, ligadas aos EUA.
É o início do fim, para muitos, da Disneylândia do comunismo. Para o atual governo brasileiro, a notícia pode até soar como um recuo aos ideais propostos no Foro de São Paulo. Os investimentos secretos que o atual governo vinha realizando, em parceria com a onipresente Odebrecht e que fariam parte de uma estratégia política maior, sofreram um revés.
Triste mesmo para certa turma vai ser o dia em que a ilha virar as costas para seus antigos parceiros, abraçar o primo rico e der uma banana às ideologias moribundas.
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Fonte: Coluna "Visto, lido e ouvido" Ari Cunha - Com Cirece Cunha - Correio Braziliense - 19/12/2014