test banner

DIREITOS DAS MULHERES » ONG colombiana troca experiências no DF

Publicação: 01/12/2014 - Correio Braziliense 

Sara Valencia (à frente, à esquerda), durante visita à Estrutural (Daniel Ferreira/CB/D.A Press)
Sara Valencia (à frente, à esquerda), durante visita à Estrutural


É difícil ouvir a história da colombiana Sara Alicia Candelo Valencia, 35 anos, sem sentir admiração. No fim dos anos 1990, ela precisou deixar o estado de Cauca, no seu país de origem, para fugir da guerrilha na região. Com a família, mudou-se para a cidade de Buenaventura, uma das mais perigosas do estado Valle del Cauca. Lá, um dos primos de Sara foi morto, vítima da criminalidade. O impacto foi profundo, mas ela decidiu fazer da dor algo positivo. Atualmente, é uma das coordenadoras da Rede Borboletas, ONG especializada no atendimento a mulheres vítimas da violência relacionada ao conflito colombiano. “Queremos dar apoio a companheiras em situação parecida à nossa, para que saibam fazer valer seus direitos”, afirma ela.

O grupo, ganhador do Prêmio Nansen do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) — conhecido como o Nobel humanitário —, visita Brasília até a próxima quinta-feira para uma série de atividades. Ontem, as “borboletas” participaram de debates e apresentações culturais promovidas pelos grupos Coletivo da Cidade e Irmandades Pretas Candangas, na Estrutural, onde os presentes puderam trocar experiências. “As moradoras da cidade têm muito em comum com a gente; elas passam por dificuldades parecidas. Viemos aprender com elas e levar esses conhecimentos de volta para a Colômbia”, comentou Sara, com boas expectativas. 

O evento foi aberto para a comunidade. Uma das participantes era a prefeita de quadra e líder comunitária da Estrutural Ilídia Pereira, 42 anos, que elogiou o trabalho das integrantes da rede. “Essas mulheres têm uma história de luta muito forte e podem nos ensinar a como lutar melhor no nosso espaço também”, disse. A coordenadora pedagógica do Coletivo da Cidade, Jaqueline Sousa, 28, ficou comovida com a visita das colombianas. “É importante que as moradoras da Estrutural possam ver que é possível ser uma mulher, negra, viver na periferia e, ainda assim, reconstruir a vida com irmandade”, defendeu.

Nos próximos dias, a agenda da Rede Borboleta continua. Amanhã, a ONG será homenageada durante a reunião ministerial Cartagena+30, que contará com delegações de todos os países da América Latina e Caribe para a adoção de um plano de soluções para os problemas de refugiados, deslocados internos e apátridas na região. A reunião acontece no Memorial JK, no Eixo Monumental. Na quinta-feira, o grupo conhecerá a Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. (PS)

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem