Procurador-geral da República se manifestou após série de reportagens
informar que ele condicionou acordo com empreiteiras
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgou há pouco nota em que
afirma que "não permitirá" que prosperem tentativas para desacreditar
as investigações e os integrantes da instituição envolvidos com a Operação Lava
Jato, da Polícia Federal. Deflagrada originalmente em março, a ação investiga
irregularidades na Petrobrás, que, recentemente, envolveu grandes empreiteiras
brasileiras e citou mais de 30 políticos...
A
manifestação de Janot ocorre após uma série de reportagens nos últimos dias ter
informado que ele condicionou um acordo com empreiteiras envolvidas na operação
à confissão dos crimes. Reportagem da IstoÉ deste final de semana diz que Janot
teria proposto um acordo às empresas que, na prática, poderia livrar o governo
de futuras investigações. Isso porque, se confessassem terem formado um cartel,
colocariam o governo no papel de vítima.
Dizendo
esclarecer recentes notícias veiculadas na imprensa, e sem se referir
diretamente à IstoÉ, o procurador-geral informa que o Ministério Público
Federal apura no caso a existência de um "grande esquema criminoso
instalado no país", envolvendo oito crimes, entre eles corrupção ativa e
passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude à licitação e formação
de cartel, além de atos de improbidade administrativa.
Na
nota, Janot disse que, ante a dimensão da rede criminosa, dos montantes de
valores envolvidos e por considerar o combate à corrupção uma prioridade para a
instituição, em abril de 2014 constituiu uma Força-Tarefa composta por
procuradores da República garantindo-lhe todas as condições necessárias para o
seu funcionamento. Ele disse que a investigação vem sendo realizada em conjunto
com o gabinete dele, que tem a atribuição de processar as autoridades com foro
no Supremo Tribunal Federal.
"Em
respeito à função institucional de defender a sociedade e combater o crime e a
corrupção, o Ministério Público Federal cumprirá seu dever constitucional e
conduzirá a apuração nos termos da lei, com o rigor necessário. O
procurador-geral da República não permitirá que prosperem tentativas de
desacreditar as investigações e os membros desta instituição", afirmou
Janot, na manifestação.
O
procurador-geral disse que, até o momento, a investigação revelou a ocorrência
de "graves ilícitos" envolvendo a Petrobrás, o que já possibilitou o
Ministério Público a adotar as primeiras medidas judiciais. Segundo ele, a
utilização da delação premiada tem permitido conferir agilidade e eficiência à
coleta de provas, de modo a elucidar todo o esquema criminoso.
"Medidas
judiciais continuarão a ser tomadas como consequência dessa investigação
técnica, independente e minuciosa. O Ministério Público Federal reafirma seu
dever de garantir o cumprimento da lei", conclui a nota.
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Fonte: O Estado de S. Paulo,
por Ricardo Brito. Foto Dida Sampaio/Estadão - Blog do Edson Sombra - 06/12/2014