O governo de Rodrigo Rollemberg apresentou-se efetivamente ontem, com o anúncio da equipe que vai auxiliar o futuro chefe do Buriti. Pressionado pelo rombo estimado em R$ 3,8 bilhões e pelo clima geral de desconfiança no funcionamento da administração pública brasiliense, Rollemberg tem como providência imediata restabelecer o equilíbrio financeiro no Governo do Distrito Federal.
A tarefa exigirá brutal corte de gastos, dispensa de milhares de funcionários não concursados e encolhimento da máquina pública, decisões que terão alto custo político.
O mantra de austeridade anunciado no sábado e a redução para 24 secretarias indicam que, ao menos na teoria, o socialista pretende fazer mais com menos.
O maior desafio que se impõe a Rollemberg, no entanto, consiste em resgatar Brasília de uma longa sequência de dissabores. O governador eleito integra a geração que viu a cidade sofrer profundas transformações ao longo dos últimos 20 anos, resultantes frequentemente por populismo, corrupção, ineficiência e omissão de governantes. Assistiu a população do Distrito Federal e da região metropolitana dar um salto para 4 milhões de habitantes, sem o devido acompanhamento dos serviços públicos de saúde, educação e transporte.
Rollemberg, como todos os brasilienses, testemunhou a capital mergulhar ao inferno em razão do escândalo da Pandora. Viu igualmente a Câmara Legislativa promover atos vexatórios, como a tentativa de blindar os distritais de processos de cassação e impor amarras na reforma administrativa do Executivo para manter um naco de poder.
Mais do que ajustar as finanças públicas, o novo governador precisa adotar uma nova política no Distrito Federal, que atenda efetivamente os interesses da população e não fique condicionada a meros acordos partidários. A vitória nas urnas em outubro demonstrou que o brasiliense reprovou o modelo petista de Estado superdimensionado de cargos e caciques, bem como as alianças que mais se assemelham às antigas práticas de coronelismo. As manifestações de 2013, por um lado, alertaram de forma eloquente que é necessário evoluir a prática política no país.
Rollemberg propõe um pacto com a sociedade brasiliense para desenhar um horizonte mais promissor. Reuniu em seu secretariado técnicos de formação sólida e profissionais com experiência administrativa em outros estados. Pretende executar uma agenda positiva nos primeiros 120 dias de mandato, com um olho atento nos 100 pontos de risco identificados durante a transição. O ano já começou para o novo governador.
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Por: Carlos Alexandre - Correio Braziliense - 16/12/2014
A tarefa exigirá brutal corte de gastos, dispensa de milhares de funcionários não concursados e encolhimento da máquina pública, decisões que terão alto custo político.
O mantra de austeridade anunciado no sábado e a redução para 24 secretarias indicam que, ao menos na teoria, o socialista pretende fazer mais com menos.
O maior desafio que se impõe a Rollemberg, no entanto, consiste em resgatar Brasília de uma longa sequência de dissabores. O governador eleito integra a geração que viu a cidade sofrer profundas transformações ao longo dos últimos 20 anos, resultantes frequentemente por populismo, corrupção, ineficiência e omissão de governantes. Assistiu a população do Distrito Federal e da região metropolitana dar um salto para 4 milhões de habitantes, sem o devido acompanhamento dos serviços públicos de saúde, educação e transporte.
Rollemberg, como todos os brasilienses, testemunhou a capital mergulhar ao inferno em razão do escândalo da Pandora. Viu igualmente a Câmara Legislativa promover atos vexatórios, como a tentativa de blindar os distritais de processos de cassação e impor amarras na reforma administrativa do Executivo para manter um naco de poder.
Mais do que ajustar as finanças públicas, o novo governador precisa adotar uma nova política no Distrito Federal, que atenda efetivamente os interesses da população e não fique condicionada a meros acordos partidários. A vitória nas urnas em outubro demonstrou que o brasiliense reprovou o modelo petista de Estado superdimensionado de cargos e caciques, bem como as alianças que mais se assemelham às antigas práticas de coronelismo. As manifestações de 2013, por um lado, alertaram de forma eloquente que é necessário evoluir a prática política no país.
Rollemberg propõe um pacto com a sociedade brasiliense para desenhar um horizonte mais promissor. Reuniu em seu secretariado técnicos de formação sólida e profissionais com experiência administrativa em outros estados. Pretende executar uma agenda positiva nos primeiros 120 dias de mandato, com um olho atento nos 100 pontos de risco identificados durante a transição. O ano já começou para o novo governador.
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Por: Carlos Alexandre - Correio Braziliense - 16/12/2014