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#APOSENTADORIAS

Cidadãos comuns que pagam impostos e contribuições de toda ordem durante toda a vida adulta quando se aposentam recebem tão pouco que têm que voltar à ativa. Por seu lado, nossos políticos, cuja função nem é reconhecida ou regulamentada como profissão, vivem em outro Brasil. Escandaloso, para usar um eufemismo, é o fato de muitos deles receberem aposentadoria como parlamentares depois de oito anos no exercício da função ou, pior, depois de quatro anos seguidos no caso de ex-governadores. 

Os exemplos se repetem de norte a sul do país. Mais constrangedor ainda é saber que muitas dessas excelências acumulam aposentadorias pagas com o dinheiro público por terem exercido cargos de parlamentar e de governador. Os vencimentos de alguns desses bravos alcançam o patamar dos R$ 30 mil por mês. O privilégio indecoroso não se restringe a políticos do governo ou da oposição. A festa é comum a todos. 

Não bastassem esses desvirtuamentos flagrantes de nossa sociedade, os parlamentares, no exercício ou não do mandato, têm franqueados seguros-saúde de primeira classe para si e a família pelo resto da vida. Nesses benefícios aristocráticos estão incluídos os políticos que estão na alça de mira da Justiça e mesmo os condenados em última instância. 

Não é por outra razão que o Brasil figura como o país de ponta quando o assunto é custo elevado para a manutenção de políticos ou, na outra ponta, quando o assunto é desigualdade econômica e social. A imagem negativa do Legislativo, do Executivo e do Judiciário — no município, no estado ou em âmbito federal — é a mesma. 

O que reforça essa imagem é o descaso com o dinheiro do contribuinte, usado para criar um país desigual.


Fonte: Coluna "Visto, lido e ouvido" - Correio Braziliense 

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