Ocorre que o partido do
deputado federal eleito Rogério Rosso e do vice-governador Renato Santana não
abre mão da indicação, embora, oficialmente, o partido não confirme a suposta
insatisfação
O anúncio dos administradores regionais soou como surpresa para aliados
próximos do governador Rodrigo Rollemberg. Principalmente pela divisão de
Ceilândia, a maior e mais cobiçada região administrativa do DF. Tanto que o
nome de Marcelo da Adega, último da lista de administradores do governo, não
fora anunciado. Da cota do PSD, o nome do gestor de Ceilândia Sul não
soara bem entre os demais aliados. Para Ceilândia Norte, a indicação
ficou a cargo da distrital Luzia de Paula (PEN).
Ocorre que o partido do deputado federal
eleito Rogério Rosso e do vice-governador Renato Santana não abre mão da
indicação, embora, oficialmente, o partido não confirme a suposta insatisfação.
“Você não vai achar, em momento algum, uma fala do Rogério Rosso ou minha
indicando A ou B ou C. Por que nós respeitamos e sabemos que essa escolha
é uma prerrogativa do governador”, afirmou Renato Santana, em um dos poucos
dias em que deu expediente em seu gabinete no Palácio do Buriti.
Desde que começou o governo, ele tem
acumulado a função de administrador de Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Brazlândia.
Mas, desde terça-feira, responde apenas por Ceilândia. Interinamente. Ele
continua lá, até que as brigas internas sejam pacificadas, até porque, segundo
o próprio Santana, a divisão da administração “ainda não está
arredondada”.
De acordo com o governador, Santana será o administrador da Ceilândia até que o projeto de lei de divisão da região seja aprovado na Câmara Legislativa.
*“O PSD é governo”
Marcelo da Adega, que foi candidato a
distrital pelo PSD, é um nome simpático aos ouvidos de Santana, segundo ele,
que não confirma que seja sua indicação. “Marcelo da Adega é uma pessoa querida
na Ceilândia. Um empreendedor, construiu a sua vida de sucesso lá. É filiado ao
PSD e o PSD é governo”, disse o vice-governador, ressaltando que os administradores
devem ter perfil de “operários”.
Renato Santana minimiza a suposta briga
pela administração, que também está no alvo do PDT, já que Luzia de Paula fora
contemplada com a região norte. “Se a briga for por Ceilândia...”,
desconversa.
Santana lembra que o PSD é partícipe na
vitória do governador Rodrigo Rollemberg. “E tem se comportado como governo,
como aliado. E assim será. Seja quais forem as decisões do governador. E eu
estou dizendo isso como secretário-geral do PSD-DF que sou”, disse.
PEN
tem privilégios no governo
A distrital Luzia de Paula, do PEN,
reconhece que é madrinha da indicação de Vilson de Oliveira, o futuro
administrador de Ceilândia Norte. “Na verdade, foi um processo onde se
ouviu as lideranças, a comunidade e foram apresentados alguns nomes ao
governador”, disse.
O nome de Vilson, que, segundo o
vice-governador “é um trabalhador da Ceilândia”, passou pelo crivo de
Rollemberg, de acordo com a distrital. “Me sinto representada, desde que seja
uma pessoa comprometida. Na verdade, o administrador tem que ser aceito pela
comunidade. Não adianta eu estar contemplada, se o povo não estiver
satisfeito”, afirmou.
Apesar de reconhecer o perfil
“operário” de Vilson, Renato Santana garante que não participou da escolha.
“O
governador conduziu pessoalmente esse processo”.
*Alírio Neto
O partido de Luzia de Paula parece ter
tratamento especial no governo Rollemberg, embora, oficialmente, tenha apoiado
Jofran Frejat, candidato a governador pelo PR, no segundo turno.
O presidente do partido no DF, o
ex-distrital Alírio Neto, teria sido sondado para indicar o administrador do
Guará, que agora acumula também o SIA. Por este motivo, é que Edvaldo da Silva,
embora seja dos quadros do PSB, ainda figura como interino. O distrital Rodrigo
Delmasso (PTN), que é do Guará, garante que abriu mão da indicação.
*Correu as redes sociais
Uma foto de Vilson de Oliveira, o indicado para administrar Ceilândia
Norte, circulou ontem pelas redes sociais. Com adesivos da campanha do então
governador Agnelo Queiroz (PT), ele aparece como cabo eleitoral. Ocorre que o
partido de Oliveira, o PEN, esteve coligado com Agnelo no primeiro turno. Aí
pode estar a insatisfação do PSD com a escolha dele para uma das regiões da
cidade. Talvez seja por isso que o vice-governador tenha frisado tanto que seu
partido foi partícipe da vitória de Rollemberg. E desde o começo.
Fonte: Da redação do
Jornal de Brasília - Millena Lopes e Daniel Cardozo