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Uso inadequado de UTI causa dano estimado de R$ 1,1 milhão, diz TCDF


















Por falha de gestão, houve 7.273 pacientes com alta ocupando unidades. Secretaria diz que reconhece problemas e trabalhar para reverter quadro.


Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal sobre a área da saúde pública na capital apontou “graves problemas gerenciais”. Apenas com ocupação inadequada de UTIs, o prejuízo estimado foi de R$ 1,1 milhão.

O relatório tem base em dados de 2013 e foi divulgado nesta quarta-feira (21) pelo tribunal. A inspeção mostrou que a área da saúde foi responsável por 98,6% das despesas sem cobertura de contrato, isto é, sem documento que comprove a aquisição de produtos e serviços.

Segundo o TCDF, a prática “inviabiliza a fiscalização dos gastos públicos e fere gravemente a legislação”. O documento aponta que houve reincidência na celebração de contratos emergenciais sem justificativas.

Os auditores afirmaram que tiveram dificuldades de obter informações essenciais para o gerenciamento de UTIs, como taxa de óbito entre pacientes na fila de espera por vaga na unidade.

“Esses dados, que deveriam ser do conhecimento das unidades de direção da Secretaria de Saúde, em especial da Subsecretaria de Planejamento, Regulação e Controle [Suprac], encontram-se espalhados por diversas unidades sem que sejam agregadas e utilizadas em nível gerencial”, disseram os auditores.

De acordo com o relatório, entre abril e dezembro de 2013 a Secretaria de Saúde contabilizou desperdício de 7.273 diárias de UTIs. As unidades foram ocupadas pacientes que já haviam recebido alta médica, mas dependiam de ações administrativas para deixar os locais. Em média, o paciente ficava 8,9 dias para conseguir deixar o leito.

As falhas de gestão foram responsáveis por 9.697 diárias de UTIs que ficaram indisponíveis à população, diz o tribunal. “Apontam-se como efeitos das deficiências no aproveitamento dos leitos de UTI a redução da disponibilidade, o agravamento do quadro clínico e o eventual óbito de pacientes, bem como o prejuízo ao erário associado ao custeio de internações de pacientes que já receberam alta médica em hospitais públicos e particulares”, mostra o relatório.

O documento aponta a falta de 2.603 leitos comuns nos hospitais do DF, em relação ao mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde – que é de 2,5 a 3 leitos por 1.000 habitantes. Houve administração ineficiente em 432 UTIs, diz o Tribunal de Contas.

O relatório mostra que 64% das solicitações de internação em UTI foram atendidas. Para o TCDF, na maior parte dos casos o acesso às unidades ocorreu de maneira tardia. Também houve demora no transporte e no processo de classificação de pacientes.

Segundo o tribunal, a Secretaria de Saúde deixou de garantir a equidade no acesso aos leitos de UTI e houve casos de pacientes “favorecidos em alguma etapa do ciclo”. “No Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, por exemplo, 21% das internações não cumpriram o fluxo da Central de Regulação e não tiveram os critérios de classificação de risco medidos.”

A Secretaria de Saúde afirmou que reconhece os problemas apontados no relatório do Tribunal de Contas e que está trabalhando para reverter o quadro. A pasta também disse que espera que os indicadores do ano passado sejam ainda piores “uma vez que o segundo semestre do ano passado foi cheio de turbulências, como a falta de pagamento de contratos e servidores”.


A secretaria também afirmou que vai tomar as medidas cabíveis para sanar os problemas da área. “No que diz respeito às despesas sem cobertura contratual, a atual gestão está analisando caso a caso – uma vez que não pode suspendê-los imediatamente para que não haja interrupção dos serviços. No entanto, Secretaria garante que essa não será uma prática desta gestão.”

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