Ao lado do secretário de Educação, Julio Gregorio (E), o governador Rodrigo Rollemberg visitou ontem a Escola Classe 6 do Cruzeiro
Governador rebate adversários e garante que cortou 4.225
cargos de livre provimento. Até o fim do ano, a redução atingirá os 60%
prometidos na campanha. Economia, segundo Rollemberg, chega a R$ 11 milhões
mensais. Oposição diverge dos números.
O Governo do Distrito Federal (GDF) contesta números
apresentados pela oposição sobre a quantidade de cargos de livre provimento
cortados ao longo da reforma administrativa implementada por Rodrigo Rollemberg
(PSB). Reportagem publicada ontem detalhou levantamento da liderança do PT na
Câmara Legislativa, segundo o qual a redução está longe da prometida na
campanha. Rollemberg rebate os números e afirma que reduziu em 48,9% os cargos
comissionados de livre provimento, aqueles em que o servidor não prestou
concurso público. Até o fim do ano, o abatimento chegará a 60% nesse tipo de
cargos, segundo o governador do DF.
De
acordo com a oposição, após 50 dias com o PSB à frente do Palácio do Buriti,
houve diminuição de apenas 1.148 funções que podem ser ocupadas por quem
não tem vínculo com o GDF. Rollemberg considera falas as informações dos
adversários políticos.
Segundo
Rollemberg, em comparação com setembro de 2014, há menos 4.225 cargos ocupados
a menos. “Com estes cortes, economizamos, no total, quase R$ 11 milhões.
Estamos, sim, desinchando a máquina pública. Queremos diminuir, o máximo
possível, os gastos com pessoal para destinarmos mais recursos a investimentos
em áreas essenciais e pagamento de salários”, declarou o governador.
Comparações
Rollemberg
ressalta ainda que as comparações foram feitas em relação a setembro, quando
Agnelo Queiroz (PT) vinha demitindo pessoal. “A gestão passada chegou a ter
9.223 cargos dessa natureza. No fim do mandato, foi diminuindo, mas o que
importa é como foi durante a maior parte dos quatro anos”, disse
O
deputado Chico Vigilante (PT), oposição ao socialista, discorda da analogia
feita por Rollemberg. Para o parlamentar, não faz sentido confrontar números
com setembro, pois ele recebeu o governo em janeiro. O petista citou as
mudanças na Secretaria de Justiça e Cidadania como exemplos de acréscimo nos
gastos com pessoal. Segundo Vigilante, a pasta perdeu as subsecretarias de
Direitos Humanos e das Pessoas com Deficiência. Mesmo com a remoção, porém, a
antiga Sejus saiu dos 361 postos comissionados (R$ 941 mil mensais), para 598
(R$ 1,5 milhão), 63% mais cara. O secretário-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle,
diz que o levantamento do PT não leva em conta, por exemplo, que toda a
estrutura do sistema penitenciário agora é vinculada à pasta. “O PT deve ter
levado em consideração o Diário Oficial, mas muitos foram nomeados e nunca
tomaram posse. Dessa forma, não representam custo para o GDF”, explica. Doyle
sustenta também que, mais do que corte de gastos, o Executivo precisará
realizar uma profunda reforma na máquina administrativa para dar mais
eficiência às ações do governo. “As estruturas, do jeito que estavam, serviam
mais para atender aliados e empregar apadrinhados do que para servor ao
cidadão”, acredita o secretário.
Além
das funções destinadas a pessoas sem vínculo com o Estado, há os cargos de
confiança ocupados por funcionários do GDF, que ganham gratificação para isso.
O número de servidores pouco mudou de um governo para o outro. Eles representam
gasto alto para a máquina pública. Na gestão de Agnelo, em setembro, eram
11.554 postos dessa natureza. Com Rollemberg, são 11.239 — diferença inferior a
3%. Ao todo, mais de R$ 20 milhões mensais são usados para pagar essa parcela
dos servidores.
Quadro de pessoal
Veja
quantidade e custo do total de cargos comissionados no GDF
Situação
do servidor comissionado Setembro
Fevereiro Diferença
Com
vínculo com o Estado 11.554
11.239 2,73%
Sem
vínculo com o Estado 8.635
4.410 48,93%
Custo
mensal dos cargos
Com
vínculo com o Estado R$ 21 milhões R$ 20,5
milhões 1,96%
Sem
vínculo com o Estado R$ 26.8 milhões R$
17,2 milhões 38,83%
Fonte: Matheus Teixeira – Correio Braziliense