Aprovação das medidas do Pacto por Brasília entra na primeira
sessão da CLDF, mas distritais também vão definir as composições das comissões
permanentes da Casa. Briga principal está nas áreas financeira, de Constituição
e Justiça e de assuntos fundiários
O plenário da Câmara receberá, às 15h de hoje, a abertura das sessões da nova legislatura, com a presença de Rollemberg
Os deputados distritais iniciam as atividades
legislativas de plenário às 15h de hoje com duas tarefas: definir a composição
de cada uma das dez comissões permanentes da Câmara Legislativa e votar três
projetos de lei encaminhados pelo Executivo para viabilizar o Pacto por
Brasília, conjunto de 21 medidas que visa diminuir gastos públicos e aumentar a
arrecadação. Entre as medidas que precisam da aprovação dos parlamentares,
estão o pacote de medidas tributárias, com a elevação de IPVA, IPTU, ITBI e
ICMS; o leilão das dívidas públicas; e a Antecipação de Receita Orçamentária
(ARO). A pretensão do governo é aumentar em R$ 400 milhões a arrecadação de
2015 e em R$ 800 milhões, em 2016. O governador Rodrigo Rollemberg estará
presente para abrir a sessão e pedir apoio.
Ontem, foi dia de os 14 integrantes da base aliada indicarem à presidente da
Casa, Celina Leão (PDT), quais comissões pretendem integrar. Os três colegiados
mais importantes — de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); de Economia,
Orçamento e Finanças (CEOFi) e de Assuntos Fundiários (CAF) — devem acabar na
mão dos governistas, o que pode distanciar ainda mais PT e PMDB das instâncias
decisórias legislativas. Nos bastidores, no entanto, um acordo vem sendo
costurado para integrar os peemedebistas na primeira secretaria, ocupada pelo
líder do governo, Raimundo Ribeiro (PSDB).
Raimundo admite que a possibilidade foi discutida com o PMDB, mas nega qualquer
acerto e afirma que deixar o cargo está fora de cogitação. No entanto, manter
PT e PMDB fora dos cargos mais importantes da Casa pode ser um tiro no pé do
governo. Em matérias que necessitem de quórum qualificado em plenário, por
exemplo, são necessários 16 deputados presentes, algo que o Buriti ainda não
conquistou na Casa. Além disso, para a substituição ocorrer, o suplente de
Raimundo, Agaciel Maia (PTC), também deve concordar com a troca, o que
demandaria uma nova eleição para o cargo.
Sandra Faraj (SD) é cotada para assumir a presidência da CCJ
Agaciel não esconde a intenção de presidir a CEOFi,
uma das comissões mais cobiçadas pelos parlamentares por tratar, de forma
terminativa, projetos de lei que envolvam assuntos econômicos. Assim, caso uma
proposta seja rejeitada pela CEOFi, ela não pode mais tramitar e chegar a
plenário. Oferecer a Agaciel a presidência da comissão seria uma maneira de
viabilizar sua saída da suplência, diminuir a tensão interna do PMDB e, ao
mesmo tempo, evitar que o candidato da oposição, Wasny de Roure (PT), tenha
chances de comandar o colegiado econômico. “Existe um desequilíbrio na Casa,
mas não exigimos cargos.
Enquanto houver abertura ao diálogo, vamos negociar”,
diz Robério Negreiros (PMDB).
Em disputa
Em disputa
Além da CEOFi, o PT reivindica a presidência das comissões de Ética, com Ricardo Vale; de Defesa do Consumidor (com nome ainda indefinido); e Educação, com Wasny, caso ele não fique na CEOF. O bloco formado por PDT, PV e SD também quer a presidência da Comissão de Educação, com Professor Reginaldo Veras (PDT); de Constituição e Justiça, com Sandra Faraj (SD); e Fiscalização, com Joe Valle (PSB). Telma Rufino (PPL) pleiteia a CAF desde a eleição da Mesa Diretora, mas Wellington Luiz (PMDB) também se apresenta como candidato. O bloco evangélico, formado por PEN, PHS, PR, PRB e PTN, quer indicar Rodrigo Delmasso (PTN) para a CCJ. Para a Corregedoria, o candidato governista é Lira (PHS). Este também é um posto estratégico, pois tem a competência de tratar da abertura de processos de cassação parlamentar que chegarem à Casa.
Colaborou Matheus Teixeira
Obstáculos
à vista
Muitos deputados distritais, mesmo os da base governista, serão resistentes em
aprovar uma proposta que afeta diretamente o bolso do cidadão. No dia do
anúncio do pacto, muitos criticaram os aumentos propostos. Foi o caso de Joe
Valle (PDT) e Reginaldo Veras (PDT), que destacaram o sofrimento que as medidas
podem causar no setor produtivo. No mesmo dia, o Sindicato dos Concessionários
e Distribuidores de Veículos Automotores (Sincodiv-DF) calculava uma
diminuição em 15% na venda de carros importados e em 8% nos negócios de
veículos populares.
Por: Arthur Paganini - Flávia Maia - Correio Braziliense

