Último jogo oficial no Mané, entre Botafogo e Atlético-MG, deu prejuízo de R$ 35 mil
(Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A estreia do Brasília na
Copa do Brasil, diante do Náutico, não terá mais o Estádio Mané Garrincha como
palco. O jogo será disputado no Serejão, na próxima quinta-feira (2/5), às
19h30. A desistência do colorado em mandar a partida na principal arena do Distrito
Federal deve-se ao elevado custo: em vez de bancar cerca de R$ 80 mil para
jogar no estádio maior, a diretoria do clube optou por realizar o confronto em
Taguatinga e cortar 98% desse valor.
“O
Brasília não tem, hoje, condições financeiras para mandar as partidas no Mané
Garrincha. Mas vamos dialogar com a Secretaria de Esportes do Distrito Fedaral
para, quem sabe, chegarmos a um acordo para reduzir os custos no futuro”,
justifica o diretor de Futebol do clube, Régis Carvalho. Ele afirma que, ao mandar
o jogo no Serejão, a despesa com porteiro, bilheteiros e taxa de arrecadação,
obrigatória em todas as partidas do torneio, totalizaria R$ 1,6 mil. A CBF
autorizou a mudança de estádio.
A
declaração do dirigente condiz com o alto custo da última partida na arena.
Para se ter ideia do gasto elevado, nem mesmo um duelo entre dois gigantes do
futebol brasileiro gerou lucro no Mané Garrincha: no empate em 0 x 0 entre
Botafogo e Atlético-MG, pela 38ª rodada do Brasileirão 2014, as despesas da
partida chegaram a R$ 300 mil, resultando em prejuízo de R$ 35 mil.
Com a
desistência do Brasília em mandar sua estreia na Copa do Brasil na principal
arena candanga, a primeira partida oficial do Mané Garrincha em 2015 será
Cruzeiro x Corinthians, em 10 de maio, pela rodada inaugural do Campeonato
Brasileiro. O time mineiro mandará o jogo na capital porque perdeu um mando de
campo e está impedido de atuar no Mineirão. Entre os estádios construídos para
a Copa do Mundo de 2014, o Mané é o único que ainda não recebeu uma partida
oficial neste ano — limitou-se a dois jogos do torneio amistoso Granada Cup, a
uma partida de futebol americano e a eventos não esportivos.
Outra finalidade
Sem
futebol, o estádio virou sede de três secretarias de Estado. O Governo do
Distrito Federal (GDF) transferiu as pastas para o local com o objetivo de
economizar R$ 10,5 milhões em um ano, dinheiro que seria gasto com aluguel de
salas comerciais. O Mané disponibilizou 40 salas para cerca de 400 funcionários
das secretarias de Economia e Desenvolvimento Sustentável; de Desenvolvimento
Humano e Social; e do Esporte e Lazer.
Oferta de R$ 1 milhão pode tirar partida entre
Cruzeiro e Corinthians do Mané Garrincha
Uma
proposta feita ao Cruzeiro pela Arena Pantanal, em Cuiabá, pode tirar do
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha a partida do atual bicampeão
nacional contra o Corinthians, em 10 de maio, pela primeira rodada do
Campeonato Brasileiro.
A
diretoria celeste tem na mesa uma oferta de R$ 1 milhão com direito a voo
fretado e hotel para mandar o jogo no Mato Grosso. A Raposa não pode atuar no
Mineirão, em Belo Horizonte, porque perdeu um mando de campo e está impedida
pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de atuar na casa própria.
A
proposta de Cuiabá seduziu a cúpula do Cruzeiro e o departamento técnico da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está de sobreaviso. O setor foi
informado de que provavelmente terá de alterar o local da partida na tabela.
O
cálculo da diretoria celeste é simples. Em Brasília, a estimativa é de que o
clube receba uma cota fixa de R$ 700 mil. Além disso, o Cruzeiro reivindica
participação de até 30% da renda do jogo na capital do país, ou seja, um valor de
difícil projeção no momento. Em Cuiabá, o clube receberia líquido R$ 300 mil a
mais do que em Brasília, além de possibilidade de faturamento percentual com
bilheteria.
Fonte: Marcos Paulo Lima – Correio Braziliense “Super Esporte”