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Em Brasília, Hora do Planeta desligará as luzes de seis monumentos

Entre eles estão a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, os Ministérios, a Catedral, o Palácio do Buriti e o Memorial JK . A campanha visa alertar a população para o aquecimento global.

Em um ano onde se ouve falar cada vez mais em crise hídrica, desmatamento e aquecimento global, neste sábado (28), ocorrerá a Hora do Planeta. Das 20h30 às 21h30, as luzes dos principais monumentos do mundo ficarão apagadas. Só no Brasil, mais de 500 ícones ficarão no escuro. O ato, além de ser um pedido de socorro pelo meio ambiente, é uma iniciativa global da rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas.

“A Hora do Planeta é um momento de reflexão e conexão. Refletimos o impacto das nossas ações no meio ambiente e como pequenos gestos podem fazer a diferença e nos conectamos com mais de um bilhão de pessoas no mundo todo que anualmente participam da campanha por soluções para as mudanças climáticas”,  afirma a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito.

Recorde
Só no Brasil, esse é o sexto ano consecutivo que a Campanha mobiliza governos, empresas e a população. Neste ano, 181 cidades aderiram ao movimento.  Entre os 500 monumentos que estão participando, estão o Elevador Lacerda, em Salvador, os Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, e o Theatro Municipal de SP, em São Paulo.  "O número de cidades participando do projeto representa um recorde, pois é a maior participação desde a primeira edição da campanha", informou o WWF.

Em Brasília, a CEB ficou responsável por abaixar os interruptores, durante o horário da campanha, na Praça dos Três Poderes, Congresso Nacional, Ministérios, Catedral, Palácio do Buriti e Memorial JK.

O gestor de educação ambiental da Universidade Católica de Brasília, Nilo Edison Mendes, valoriza a iniciativa. "Hoje em dia, com a crise que estamos vivendo, tudo é válido. Quanto mais informação, sensibilização, melhor será", alertou. Buscando desenvolver trabalhos de conscientização ecológica que todas as pessoas podem desenvolver, Nilo reforça a importância de otimizar e economizar o aproveitamento de água e de luz. " A educação das pessoas é um processo e não acontece de uma hora para a outra. Porém, temos observado resultados sólidos e um aumento cada vez maior de pessoas interessadas nos projetos ecológicos", observou.

Conscientização
Maria Ramos é dona de casa e há cinco anos resolveu aliar a economia,  que a utilização responsável da energia e da água poderiam lhe trazer, com a preocupação com o meio ambiente. Hoje, ela reeducou a casa toda, composta por quatro adultos. Lá, o banho é rápido, os equipamentos quando não estão sendo utilizados, ficam desligados e fora da tomada. A luz é acessa só em caso de necessidade. "Temos que pensar nos mínimos detalhes. Não há porque deixar a luz acesa, se a televisão está ligada, por exemplo", opinou Maria.

Além disso, Maria reutiliza a água da máquina de lavar roupas para limpar o quintal, banheiro e garagem. "Todo mês recebo um bônus na minha conta pela economia. Teve um, inclusive, que não precisei pagar a conta de tanto bônus acumulado que eu tinha", vibrou a dona de casa. Questionada se a atitude responsável dá trabalho, Maria retruca: "Eu estou fazendo a minha parte e a minha consciência está tranquila. Por mais que uma pessoa não seja capaz de mudar o mundo, pelo menos eu faço a diferença", desabafou.

Crise Hídrica
Com foco na crise hídrica que tem afetado ao menos 40 milhões de brasileiros, a Hora do Planeta lançou uma petição pela criação do Plano Nacional para a Proteção de Nascentes. Com meta de conseguir 50 mil assinaturas até agosto, o documento enfatiza a importância da “infraestrutura natural” para melhorar a qualidade e aumentar a quantidade da água consumida no Brasil.

Com a petição, o WWF-Brasil quer chamar a atenção para o fato de que a própria bacia hidrográfica, a própria natureza, já tem mecanismos para reservar água, sendo o solo, o maior reservatório que existe.  “O Brasil precisa urgentemente de um plano nacional para a proteção e a recuperação de nascentes, rios, lagos, córregos e outros mananciais, que ajudaria a aumentar a quantidade e a qualidade da água para consumo. Parece que o governo não leva em consideração que é preciso um plano mais robusto de segurança hídrica, mais diversificado e mais baseado na infraestrutura natural da bacia hidrográfica”, explica o coordenador do programa Água para Vida, do WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.

Hora do Planeta
A Hora do Planeta, conhecida globalmente como Earth Hour, é uma iniciativa global da Rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas. Desde sua primeira edição, em março de 2007, a Hora do Planeta não para de crescer. O que começou como evento isolado, em uma única cidade, Sidney, na Austrália, tornou-se uma ação global, envolvendo um bilhão de pessoas em mais de 7 mil cidades de 162 países e territórios. Alguns dos mais conhecidos monumentos mundiais, entre eles, as pirâmides do Egito; a Torre Eiffel, em Paris; a Acrópole de Atenas e – até mesmo – a cidade de Las Vegas já ficaram no escuro durante sessenta minutos.

No Brasil, a Hora do Planeta acontece oficialmente desde 2009. Promovido pelo WWF-Brasil, o movimento reúne cidades, empresas e pessoas em todas as regiões do país.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília  -   Lia Sahadi

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