Órgão que
analisa recurso contra autuações da Receita vai afastar suspeito. Policiais apreenderam de
manhã R$ 1,3 milhão em espécie em três locais.
A Polícia Federal afirmou na manhã desta
quinta-feira (26) que menos 70 empresas – dos ramos bancário, siderúrgico,
automobilístico e da construção civil – são investigadas no esquema que pode
ter dado prejuízo de R$ 19 bilhões à Receita Federal a partir da anulação ou
redução indevida de multas aplicadas pelo órgão. Os nomes das empresas
suspeitas de envolvimento na fraude não foram divulgados.
Durante
a operação nesta manhã, os agentes apreenderam R$ 1,3 milhão em dinheiro nas
casas de suspeitos de envolvimento no esquema (veja vídeo acima). Carros de luxo também foram
apreendidos. A fraude ocorria no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o
órgão do Ministério da Fazenda responsável por analisar em segunda instância as
autuações promovidas pela Receita.
A
corregedora-geral do Ministério da Fazenda, Fabiana Lima, afirmou que vai pedir
a nulidade das ações onde foram encontradas irregularidades. Em dos casos
identificados pela PF, uma multa de R$ 150 milhões aplicada a uma empresa havia
sido cancelada.
Pelo
menos um dos 216 atuais membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais,
órgão do Ministério da Fazenda responsável por analisar em segunda instância as
autuações promovidas pelo Fisco, vai ser afastado por suposto envolvimento com
o crime, segundo a Polícia Federal.
O diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Oslain Campos Santana, afirmou considerar a Operação Zelotes "tão grande" quanto a Operação Lava Jato por causa da extensão do prejuízo aos cofres públicos, estimado em R$ 19 bilhões, e a quantidade de envolvidos. "Até agora não foi identificada grandes correlações entre essa operação e a Lava Jato, fora, óbvio, ter processos administrativos", completou.
O diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Oslain Campos Santana, afirmou considerar a Operação Zelotes "tão grande" quanto a Operação Lava Jato por causa da extensão do prejuízo aos cofres públicos, estimado em R$ 19 bilhões, e a quantidade de envolvidos. "Até agora não foi identificada grandes correlações entre essa operação e a Lava Jato, fora, óbvio, ter processos administrativos", completou.
Dinheiro achado em casa de suspeito de ligação com suposta fraude (Foto: PF/Divulgação)
As
investigações começaram em 2013 e consideram processos que tramitam desde 2005.
De acordo com a PF, uma organização criminosa manipulava o trâmite dos recursos
administrativos que chegavam ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O
objetivo dela era anular ou diminuir o valor das multas aplicadas.
Nove
ex-conselheiros e um atual estão entre os suspeitos de participar do esquema. O
número total de envolvidos está sob sigilo. Ainda segundo a polícia, os
servidores repassavam informações privilegiadas para escritórios de assessoria,
consultoria ou advocacia nas três unidades da federação. Esses locais usariam
os dados para captar novos clientes, diz a polícia. A entidade afirma ainda que
há constatação de tráfico de influência.
Dinheiro
apreendido
A PF estima cumprir 41 mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Ceará ao longo do dia. Não há informações sobre prisões. Até as 11h30, policiais haviam apreendido mais de R$ 1,3 milhão em espécie em três locais, além de carros de luxo. Desse valor, R$ 800 mil estavam em um cofre e R$ 312 mil em uma sacola. O recolhimento ocorreu no DF e em SP.
A PF estima cumprir 41 mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Ceará ao longo do dia. Não há informações sobre prisões. Até as 11h30, policiais haviam apreendido mais de R$ 1,3 milhão em espécie em três locais, além de carros de luxo. Desse valor, R$ 800 mil estavam em um cofre e R$ 312 mil em uma sacola. O recolhimento ocorreu no DF e em SP.
A
PF afirmou que já foi comprovado prejuízo de R$ 5,7 bilhões. Os investigados
vão responder pelo crime de advocacia administrativa fazendária, tráfico de
influência, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa,
organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas ultrapassam 50
anos de prisão.
A
ação foi batizada de Operação Zelotes, que significa "falso cuidado"
ou "cuidado fingido", de acordo com a Polícia Federal. Além de 180
policiais federais, 60 fiscais da Receita Federal e 3 servidores da
Corregedoria Geral do Ministério Fazenda participaram da operação.
Raquel Morais e Vianey BentesDo G1 DF e da TV Globo, em Brasília