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Mais médicos na berlinda


Desta vez chegou ao conhecimento público, graças a diálogos vazados para a imprensa, parte do que parecem ser os verdadeiros motivos que levaram à implementação do Programa Mais Médicos em tempo recorde. O problema com as ações de governo — que se pautam por orientações exclusivamente partidárias e ideológicas — é que o teor e as razões devem ser mantidos o mais distante possível do conhecimento da população em geral, sob pena de inviabilizar as reais intenções. As razões são as do partido e não as do Estado. As ações ganham complicador maior ainda quando são estabelecidas com uma ditadura, visando objetivos que não são o que parecem à primeira vista.

De acordo com denúncias que chegaram ao Congresso, funcionários do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) revelaram, em diálogo gravado, que o termo de ajuste que firmou o acordo com Cuba foi usado apenas para evitar que o tema fosse examinado pelo Congresso Nacional, que, nesse caso, seria o único caminho legal para estabelecer tal tipo de trato entre os países. Preocupado com as revelações, o governo deslocou ao Congresso o ministro da Saúde, Arthur Chioro, com a missão urgente de impedir que os adversários levem adiante o projeto de decreto legislativo (PDS nº 33/2015) que susta o referido acordo.


Para as oposições, o referido termo de cooperação foi feito com o objetivo único de transferir dinheiro para Cuba, por intermédio dos repasses salariais que são feitos aos mais de 11 mil médicos daquele país que atuam hoje no Brasil. Para complicar o caso, alguns políticos pedem ainda que seja feito reexame minucioso nas fichas de cada um dos médicos para saber quem, dessa turma, está no Brasil com outra missão que não a medicina.



Fonte: Coluna “Visto, lido e ouvido” Ari Cunha por, Circe Cunha – Correio Braziliense 

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