Fonte: Revista Istoé
No total, a Câmara deve gastar R$ 2,7 bilhões com os novos parlamentares
Para
garantir a aprovação do Orçamento de 2015 na sessão do Congresso na noite desta
terça-feira, 3, o governo vai atender à principal reivindicação dos 267
congressistas novatos, assegurando a cada um deles R$ 10 milhões em emendas
parlamentares. O valor é R$ 6 milhões a menos que aquele a que os parlamentares
antigos têm direito. No total, a Câmara deve gastar R$ 2,7 bilhões com os
novatos.
A decisão do governo será anunciada nesta tarde
durante reunião do colégio de lideres. "O governo tem esse compromisso,
concorda, fez seus levantamentos financeiros e dá para bancar isso para os
deputados novatos para não dificultar a aprovação do Orçamento", afirmou o
líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
As emendas parlamentares são uma ferramenta
utilizada pelos congressistas para indicar verbas federais a seus redutos
eleitorais e um dos principais instrumentos que eles têm nos próximos quatro
anos.
Com o anúncio, Guimarães acredita que o governo
consegue chegar um acordo para que o Orçamento de 2015 seja votado e aprovado
nesta noite. "A não-votação do Orçamento põe em risco as obras de
infraestrutura hídrica do País", afirmou. "Se tem acordo de mérito
sobre o Orçamento, não tem razão para ele ficar dormitando nas gavetas do
Congresso", disse o líder.
O Orçamento deste ano deveria ter sido aprovado até
o final do ano passado. Como não foi votado pelo Congresso até agora, o governo
só poderá gastar, por mês, 1/12 das receitas previstas. Os gastos só são
permitidos em áreas emergenciais e em despesas de custeio, como pagamento de
salários de funcionários e manutenção da máquina pública.
Força-tarefa
O líder do governo anunciou também a criação de uma
força-tarefa para estreitar a relação da base aliada com o Palácio do Planalto.
A presidente Dilma Rousseff deverá receber os líderes até esta quinta-feira, 5,
para discutir uma "pauta política", segundo Guimarães.
Em reunião com o ministro Pepe Vargas (Relações
Institucionais) nesta manhã, os líderes governistas também receberam a promessa
de que os principais projetos de lei e medidas provisórias do governo serão
discutidos com eles antes de serem apresentados à Câmara para votação. Além
disso, Guimarães comprometeu-se a retomar as reuniões semanais com os líderes
da base. Eventualmente, ministros também participarão dos encontros.
"Para a base se consolidar, precisamos atuar
em mão dupla", disse Guimarães. Questionado se a abertura do governo ao
diálogo acontecia de forma tardia, o líder disse que não se podia "ficar
olhando pelo retrovisor". "Eu não era líder. Em um mês, fizemos muita
coisa", disse.