"Isso é um péssimo exemplo da reforma política
que nós vamos ter", disse o presidente do Senado
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou nesta quinta-feira o
Palácio do Planalto de patrocinar a refundação do Partido Liberal e classificou
a atitude como a "pior criação" da articulação política do governo
nos últimos meses. "Como pode o governo patrocinar uma coisa que objetiva
diminuir o tamanho de um aliado? Isso é um péssimo exemplo da reforma política
que nós vamos ter", disse Renan, ao ser questionado sobre a ideia do PMDB
de desencadear uma batalha jurídica para impedir que o PL seja criado.
"Nós precisamos acabar com essa
farra da criação de novos partidos. Principalmente, de partidos patrocinados
pelo governo que pretendem fazer a fusão para levar aliados. Do ponto de vista
da articulação política dos últimos meses, essa foi a pior criação",
afirmou. Sem citar nomes, o peemedebista insinuou que os titulares dos
ministérios da Educação e das Cidades estavam por trás da ideia de fundar o
novo partido. Apesar de negar, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, tem
sido apontado como o grande patrocinador da iniciativa. O ex-ministro da
Educação Cid Gomes também é visto como um desafeto do PMDB que estaria ajudando
a sigla a sair do papel.
O PMDB vê na iniciativa um movimento
para enfraquecê-lo. Na avaliação da cúpula da sigla, a demora da presidente
Dilma Rousseff em sancionar a lei que cria uma quarentena para a fusão entre
partidos - apelidada de projeto anti Kassab - é proposital. A sanção ocorreu
esta semana, mas somente depois de o PL conseguir dar entrada ao pedido para
registro no Tribunal Superior Eleitoral. Os peemedebistas acreditam que uma
futura fusão do PL com o PSD de Kassab tem como objetivo abrir uma nova janela
de infidelidade para que parlamentares possam mudar de partido e desidratar o
PMDB.
Fonte: Revista IstoÉ – 26/03/2015