Deputados pediram que Rollemberg não derrube os reajustes concedidos aos servidores locais
Governador e ministro da Fazenda
tem agenda marcada para amanhã e foi ajustada durante encontro com a bancada
local no Congresso Nacional. O objetivo é sensibilizar o governo federal sobre
a crise vivida pelo GDF
O governador Rodrigo Rollemberg
(PSB) tinha o discurso na ponta da língua na agenda política de ontem: definir
estratégias conjuntas para aumentar a capacidade do Distrito Federal na
elaboração de projetos e na captação de recursos federais. O texto foi repetido
pelo ocupante do Buriti nos encontros com o senador Cristovam Buarque (PDT) e
com toda bancada do DF no Congresso Nacional.
A
primeira reunião oficial do chefe do Executivo local com os representantes de
Brasília no Legislativo nacional não teve nenhuma pauta específica, apenas a
intenção de entrosar os trabalhos em prol de Brasília. Mas, além das exposições
de solidariedade por parte dos parlamentares, o socialista ouviu uma série de
cobranças. A principal foi em relação à manutenção de reajustes concedidos a
várias categorias que correm risco de não sair do papel.
Fora a
troca de impressões, a articulação com deputados federais e senadores rendeu
bons frutos. Apesar de ainda não ter sido recebido pela presidente Dilma
Rousseff (PT), Rollemberg conseguiu marcar um encontro com o ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, para amanhã à tarde. A ideia é expor ao chefe da pasta
que administra a riqueza nacional as dificuldades financeiras do DF e
sensibilizá-lo em busca de recursos para a capital do país. O líder da bancada
do PSD na Câmara, Rogério Rosso, aliado de primeira ordem dos socialistas,
ajudou na marcação da agenda e deve acompanhar o encontro.
Na
linha de garantir os aumentos a profissionais de diversas categorias, Rosso
afirmou, com o apoio dos colegas, que o GDF não pode regredir em relação às
conquistas dos trabalhadores. “Temos de nos unir para percorrer todos os
ministérios, os órgãos públicos, atrás de verba. Nosso objetivo comum é pela
manutenção dos reajustes”, assinalou. Ele defende um estreitamento na relação
dos governos distrital e federal. “Os ministros são muito inteligentes,
experientes. Podem nos ajudar a encontrar alternativas para solucionar a crise
de Brasília”, diz.
Críticas
A
deputada petista Erika Kokay, oposição ferrenha ao governo local, fez questão
de comparecer ao encontro. Segundo ela, independentemente do partido do qual
faz parte, o interesse maior é a vida do cidadão brasiliense. Mas ela critica o
formato da reunião. “Ele nos falou: ‘O rombo é esse. Desde que assumimos
descobrimos tais problemas’. Queremos algo mais concreto, detalhado. Falei da
necessidade de termos uma reunião com mais profundidade e todos concordaram”,
afirma. Os deputados foram informados da reunião por volta das 11h, menos de
três horas antes do encontro. Por isso, alguns parlamentares não estiveram
presentes, como Alberto Fraga (DEM), Ronaldo Fonseca (PROS) e o senador José
Antônio Reguffe (PDT).
Fraga
mostrou revolta com o que ele considerou uma desorganização do governo. “Fui
convidado para um almoço da bancada em Águas Claras. Fui para lá. Cheguei e o
garçom me disse que tinha sido transferido para o Palácio do Buriti. Desisti.
Só quando eu estava chegando em casa, alguém do cerimonial me ligou
avisando. Vê se pode? Se não consegue nem organizar um almoço, como o
Rollemberg vai conseguir governar o DF?”, alfinetou.
Por: Matheus Teixeira – Correio Braziliense – 03/03/2015