Conjuntos de Ponto de Encontro Comunitário parados no pátio da Novacap (Foto: Isabella Formiga/G1)
Fonte: Isabella Formiga
Do G1 DF
Na sede da Novacap, 92 conjuntos estão
amontados em gramado e depósito. GDF diz que
parte de equipamentos não tinha onde ser instalado em 2 áreas.
Equipamentos
de ginástica que custaram R$ 1 milhão estão largados há pelo menos seis meses
no gramado da sede da Novacap, às margens da Epia, e em um galpão da empresa,
sem previsão para serem instalados. Os equipamentos são para a implantação de
pontos de encontro comunitário (PECs). Há 92 conjuntos não instalados, cada um
com dez equipamentos. Cada conjunto custa R$ 11 mil.
De
acordo com a Secretaria de Infraestrutura, a Novacap comprou 577 conjuntos em
três licitações. Ao todo, foram instalados 485 conjuntos. Os 92 que sobraram
ficaram sem uso porque as empresas contratadas para fazer o serviço deixaram de
receber do governo no ano passado.
O
último contrato para implantação dos kits de ginásticas em áreas de lazer foram
firmados em setembro de 2013 com sete empresas, ao custo de R$ 9 milhões. A
instalação foi dividida em 11 lotes, em 16 regiões administrativas. A previsão
era de que Asa Norte, Lago Norte, Sul, Varjão, SIA, SCIA, Guará I e II, Recanto
das Emas e Riacho Fundo I e II, Gama, Santa Maria, Jardim Botânico, São
Sebastião, Itapoã e Paranoá e Samambaia recebessem os conjuntos.
O
prazo para instalação dos equipamentos era de 90 dias após a data de assinatura
do contrato, mas desde o ano passado o GDF vem publicando aditivos no Diário
Oficial do DF postergando a conclusão do serviço.
Depósito na Novacap armazena equipamentos de ginástica (Foto: Isabella Formiga/G1)
Na quadra 4 da
Candangolância, o terreno chegou a ser preparado para receber o ponto de
encontro, mas as obras não foram adiante. "Estava tudo certo com a Novacap
para colocar, foi relacionado tudo, mas com a mudança do governo a coisa caiu
por terra porque o governo alega falta de dinheiro", diz o líder
comunitário Zoroastro Prates. "Conseguimos tirar uma invasão da praça e
preparamos a área com máquinas para acertar o piso e ficar no ponto para o
caminhão de concreto apenas chegar lá e despejar o cimento."
Prates
diz que a quadra tem cerca de mil moradores que gostariam de usufruir dos
equipamentos e de uma área comum. "É um setor onde vive muita gente. As
pessoas gostam, principalmente as mulheres, que fazem caminhada e aproveitam e
passam no PEC, fazem a sua ginástica, o seu alongamento", diz.
Segundo
a secretaria, dos 11 lotes contratados, 3 foram integralmente atendidos: Asa
Sul e Lago Sul (lote 2), Núcleo Bandeirante, Park Way, Cruzeiro, Sudoeste e
Octogonal (lote 6) e Planaltina e Sobradinho (lote 3).
A
pasta informou que pediu a extinção do contrato de parte de dois lotes por
falta de endereço físico para instalação: o lote 7, que abrange o SIA, SCIA,
Guará I e II, e o lote 4, com as regiões de Ceilândia e Brazlândia. O lote 1,
que contempla Asa Norte e Lago Norte, foram extintos por falta de execução dos
contratos.
"Estava tudo certo com a Novacap para colocar, foi
relacionado tudo, mas com a mudança do governo a coisa caiu por terra porque o
governo alega falta de dinheiro. Conseguimos tirar uma invasão da praça e
preparamos a área com máquinas para acertar o piso e ficar no ponto para o
caminhão de concreto apenas chegar lá e despejar o cimento"
líder comunitário Zoroastro
Prate
A
estimativa é que o custo para instalação de cada ponto comunitário fosse de R$
32,4 mil. O trabalho de implantação dos equipamentos, de acordo com o edital,
consiste na instalação de concreto estrutural usinado, armadura de tela de aço,
cordão em concreto, meio-fio em concreto pré-moldado e execução de calçada em
concreto usinado.
De
acordo com a Subsecretaria de Atendimento às Cidades, outros 80 PECs devem ser
instalados até o final de 2015, assim que o órgão receber a verba para retomada
do projeto.
Líder
comunitário no Paranoá e Itapoã, Raimundo Paz afirmou ao G1 que as regiões receberam os
equipamentos, mas que eles já estão em péssimo estado de conservação.
"Hoje, o que acontece é que estamos precisando de uma verdadeira reforma
nos aparelhos porque existe muito vandalismo", disse.
"Tratamos
disso na nossa última reunião do conselho de cultura e esportes. A maioria dos
aparelhos está vandalizado, quebraram ele quase todo, e o pessoal usa bastante
para fazer exercícios, os idosos, idosas, jovens. É uma coisa muito bacana, mas
precisa ter uma política melhor por parte do governo."